Você já ouviu falar sobre o bem normal?
O bem normal é muito presente na economia e no dia a dia de todos os indivíduos. Mas qual o conceito econômico por trás dele?
O que é um bem normal?
Um bem normal é aquele cuja demanda aumenta conforme a renda das pessoas aumenta. Ou seja, há uma relação diretamente proporcional entre a renda e o consumo deste bem.
Como o próprio nome indica, estes bens são a maioria na economia, e seguem a lógica básica de que, quanto maior a renda, maior será o consumo.
Um exemplo de bem normal são os veículos automotores. Ou também os pacotes de turismo. Conforme a renda das pessoas aumenta, estes dois bens passam a ser mais demandados, logo, são bens normais.
Elasticidade-renda no bem normal
A característica marcante do bem normal é possuir uma elasticidade renda da demanda positiva. Mas o que seria a elasticidade-renda da demanda?
Antes de defini-la, é importante ter o conhecimento do que se trata a elasticidade no seu modo geral, para depois tratar do caso específico da elasticidade renda da demanda.
Pois bem, a elasticidade é uma medida estatística que mede a influência de uma variável em outra. Por exemplo, a elasticidade mais conhecida é a elasticidade preço da demanda, que mede a variação na quantidade demanda por um bem conforme a variação em seu preço.
Uma vez compreendido do que se trata a elasticidade fica mais fácil compreender os efeitos da elasticidade-renda da demanda e a sua relação com os bens normais.
A elasticidade-renda da demanda mede, portanto, a variação na quantidade demandada por um bem conforme a renda de um indivíduo varia.
Como visto anteriormente, quanto maior a renda de um indivíduo, maior será a demanda por bens normais. Logo é possível concluir que a elasticidade renda da demanda para esses bens é sempre positiva.
O valor nominal desta elasticidade irá definir o quanto a demanda pelo bem irá aumentar. Por exemplo: uma elasticidade renda da demanda de 2 significa que, se a renda do indivíduo dobrar, a demanda pelo bem também irá dobrar.
Já uma elasticidade renda da demanda de 1,5 significa que o aumento na quantidade demandada será o equivalente à metade do do aumento na renda.
Por exemplo: suponha que a demanda por cerveja de determinado indivíduo tenha elasticidade renda da demanda de 1,5. Este indivíduo tem uma renda de R$ 5 mil ao mês e consome em média 4 cervejas por demanda. Logo, se a renda dele dobrar, chegando a R$ 10 mil, o seu consumo de cervejas será agora de 6, pois há um aumento de 50% na quantidade demandada.
Alguns outros exemplos de bens tipicamente normais são:
- Computadores
- Celulares
- Roupas
Bens essenciais
Bens essenciais são um tipo de bem normal cuja elasticidade renda da demanda se situa entre 0 e 1.
Isto ocorre pois, embora a quantidade demandada aumenta com o crescimento da renda, este aumento é proporcionalmente menor do que a evolução da renda. Isto ocorre, justamente, pois estes bens são tidos como essenciais.
Um exemplo de bem essencial é a demanda por comida.
Imagine que a sua renda dobre, pode ser que você então passe se alimentar em quantidades maiores, porém você muito dificilmente irá dobrar a quantidade de alimento ingerido. Isto ocorre pois alimentos são bens essenciais e não bens supérfluos.
Bens de luxo
Bens de luxo ou bens supérfluos são bens que o aumento na quantidade demanda é proporcionalmente maior do que o aumento na renda.
Por exemplo: se um indivíduo dobrar a sua renda a demanda por um bem de luxo irá mais que dobrar.
Suponha, por exemplo, que uma pessoa receba R$ 5 mil por mês e goste muito de comer em um determinado restaurante. Porém, como este restaurante é muito caro, esta pessoa somente o frequenta uma vez ao mês.
Se a renda deste indivíduo dobrar, indo para R$ 10 mil, ele agora resolve então frequentar o restaurante 4 vezes ao mês. Isto ocorre pois este é um bem de luxo para o indivíduo, e então o aumento na quantidade demandada será maior, proporcionalmente, do que o aumento em sua renda.
Diferença do bem normal para o bem inferior
Os bens normais contrastam diretamente com o bem inferior.
O bem inferior é aquele que a quantidade demandada reduz conforme a renda do indivíduo aumenta.
Estes são mais raros em uma economia do que os bens normais, porém também estão presente no dia a dia população.
Um exemplo de bem inferior são as passagens de ônibus. Conforme a renda das pessoas aumenta eles podem um comprar um veículo próprio, ou passar a andar de táxi ou Uber. Logo, a demanda por passagens de ônibus irá se reduzir.
Outro exemplo de bem inferior é a carne de segunda qualidade. Quando a renda dos indivíduos aumenta eles passam a demandar menos carne de segunda qualidade, direcionado as suas compras para as carnes de primeira qualidade.
Logo, é possível concluir que os bens inferiores possuem elasticidade renda da demanda negativa, ou seja, uma relação inversamente proporcional. Quando a renda sobe a quantidade demandada por bens inferiores cai, e vice-versa. Este feito é exatamente o inverso do que ocorre com o bem normal.