Bem de Giffen: Descubra o que é este tipo específico de bem

Você sabe o que é o bem de Giffen?

O bem de Giffen é um tipo de bem muito específico na economia. A sua existência é estudada pela área da microeconomia.

O bem de Giffen é um tipo de bem pelo qual a demanda aumenta quando o preço aumenta. O seu nome é dado em homenagem ao economista que primeiro identificou a ocorrência deste tipo de situação.

Como funciona o bem de giffen?

Como funciona o bem de giffen

Antes de entender este tipo de bem, faz sentindo explicar como funciona a situação comum dos bens de uma economia.

Da mesma forma como o senso comum indica, de acordo com a literatura econômica, quanto menor o preço de um bem, maior será a sua demanda.

Imagine, por exemplo, que você deseja comprar uma água. Se a água custar R$ 10 você pode comprar apenas uma. No entanto, se ela custar R$ 10 você talvez opte por comprar duas. Ou se ela custar R$ 2 talvez ainda você compre até 3.

O crucial é notar que os bens possuem uma curva de demanda negativamente inclinada. Isto é, quanto menor for o seu preço, maior será a sua quantidade demandada.

Por isso, em economia, a demanda é representada por uma linha negativamente inclinada, como você pode ver abaixo:

Bem de giffen

Este gráfico que apresenta:

  • Preço no eixo Y (vertical)
  • Quantidade demandada no eixo x (horizontal)

Dessa forma a demanda se torna negativamente inclinada. Isto é, preços maiores terão quantidades demandas menores e vice-versa.

O caso do bem de Giffen

Como dito anteriormente, o bem de giffen não é um caso típico. Inclusive, a sua real existência é muito debatida entre os economistas.

Os bens de Giffen, ao contrário dos demais, possuem uma curva de demanda positivamente inclinada. Isto é, a demanda por este bem diminui quando o seu preço cai, e aumento quando o seu preço sobe.

Isto, à primeira vista, pode parecer contraintuitivo. Porém, com um exemplo, este conceito pode ficar mais claro.

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Imagine, por exemplo, uma família muito pobre que se alimente exclusivamente de arroz e feijão.

Toda a sua renda é destinada para o consumo do arroz e feijão. O que acontecia, então, se fosse reduzido o preço do arroz e do feijão?

Será que esta família aumentaria ainda mais o consumo desses dois bens?

A resposta correta é que não. Pois esta família já está saturada do consumo desses dois bens.

O que ocorreria, na realidade, é que esta queda do preço causaria uma folga no orçamento da família. Esta folga seria então utilizada para consumir outros bens. Por exemplo, a família pode diminuir a compra do arroz e do feijão e passar, também, a comprar carnes para melhorar a alimentação.

A demanda desses bens, portanto, é positivamente inclinada.

Abaixo se tem um exemplo do gráfico de um bem de Giffen. Observe como este gráfico é exatamente o oposto do apresentado acima.

Bem de giffen

Fica claro, portanto, que embora o bem de Giffen seja uma situação altamente específica é, de fato, possível que ela ocorra em algumas situações.

ACESSO RÁPIDO
Tiago Reis
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6 comentários

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  • Wesley 4 de maio de 2020
    A explicação apresenta algumas lacunas. Primeiro, não necessariamente a demanda por arroz e feijão iria cair. Mais provável que permanecesse "estagnada", sendo característica dos bens essenciais possuírem elasticidade quase nula em relação ao preço. Ademais, seguindo o exposto no gráfico, caso o preço dos bens duplicasse a família deveria aumentar seu consumo de arroz e feijão, o que não parece fazer o menor sentido. Comentando apenas para evitar equívocos em futuros leitores que procurem esse tópico ainda pouco esclarecido na economia.Responder
    • Igor 18 de maio de 2020
      Fala Wesley. Não sou do site nem professor, mas talvez possa ajudar respondendo pois já tive o mesmo questionamento. O exemplo do arroz e feijão é bem extremo, mas ele implica que uma família é tão pobre que praticamente só tem condições de comprar arroz e feijão (gastam a totalidade do dinheiro nesses dois itens e acabam usando inclusive no lugar da carne), sobrando quase nada pra outro alimento. Todavia, se o valor do arroz e do feijão reduzisse bastante, eles poderiam reduzir o consumo desses dois itens um pouco e tentar consumir outra coisa. Assim, pense que em regra arroz e feijão são MUITO mais baratos que a carne e outros itens (arroz e feijão custam R$ 2,00 e a carne custa R$ 10,00). Perceba que eles não estão comendo arroz nem feijão demais porque querem, mas é o que conseguem bancar. Podemos adicionar um terceiro item, por exemplo "atum", custando R$ 4,00. Nesse cenário, a família poderia até consumir um pouco de atum, porém a maior parte com certeza será em arroz e feijão. Agora pense que arroz aumentou para R$ 3,00. A família terá então que tomar uma decisão. Aumenta a quantidade de arroz e feijão ou diminuem drasticamente pra consumir somente atum. O mais provável é que eles passem a consumir mais arroz e feijão, e nada mais de atum, afinal o que está em jogo aqui é saciar a fome. É confuso mesmo, mas é isso que a teoria quer dizer.Responder
      • Caio 25 de setembro de 2020
        Resposta melhor que a do artigoResponder
  • Mitchel Matias 11 de junho de 2020
    Gosto também do exemplo de ações que, mesmo subindo de preço, a demanda aumenta, na expectativa, por parte dos compradores, que os preços continuem subindoResponder
  • Flavio 30 de janeiro de 2023
    O problema é que a questão do arroz e feijão acaba incorrendo na utilidade marginal dos bens para a família. Digamos que a família necessite de 10kg por mês de ambos. Ao atingir esse valor, eles não devem consumir mais. E há também a restrição orçamentária. Logo, parece que não se explica muito bem pq a demanda não aumentaria caso os bens subissem muito o valor.Responder
  • Flávio Kodama 8 de agosto de 2024
    Parece difícil exemplificar com bens essenciais os bens de Giffen, como falaram os colegas. Mas obras de arte, por exemplo, quando compradas para investimento e diferimento tributário, podem ter uma quantidade maior da demanda a um nível de preço mais alto (demanda positivamente inclinada), uma vez que são obras usadas como parte da estratégia da gestão de grandes volumes de patrimônio.Responder