Banco comunitário: entenda como funciona esse tipo de instituição
Um banco comunitário é um instrumento que visa a inclusão financeira e bancária da população de baixa renda. Além disso, promove o desenvolvimento econômico da comunidade local.
Como consequência, o banco comunitário torna o sistema financeiro mais democrático em locais com alto grau de vulnerabilidade e desigualdade social.
O que é um banco comunitário?
O banco comunitário é uma associação comunitária que presta serviços financeiros solidários, de forma associada e comunitária. Ele é autônomo e faz sua autogestão, então não existe filial para esse tipo de banco.
Além disso, a sua criação e administração é feita pela própria comunidade local.
Cabe lembrar ainda que esse sistema se baseia em princípios de confiança mútua entre as pessoas e economia solidária. O objetivo é promover o desenvolvimento econômico e social de regiões de baixa renda e carentes de acesso aos bancos convencionais.
Histórico dos bancos comunitários no Brasil
O banco Palmas, Fortaleza-CE, foi o pioneiro e criou o primeiro banco comunitário brasileiro em 1998. Esse banco se desenvolveu muito e hoje aplica sua metodologia de trabalho para diversos outros bancos comunitários.
Ao longo do tempo, diversos outros bancos foram criados e hoje em dia são mais de 100 espalhados pelo Brasil.
Como ponto em comum entre todos esses bancos de operação local está em desenvolver a comunidade sem visar ao lucro.
Serviços oferecidos pelo banco comunitário
Cada banco possui uma dinâmica específica alinhada com a demanda da comunidade, ou seja, nem sempre oferecem todos os serviços disponíveis. Mas, de uma forma geral,os serviços disponibilizados pelos bancos comunitários são:
- Crédito produtivo: para incentivar a criação ou ampliação de novos negócios.
- Crédito para consumo: feito em moeda social para estimular o consumo local.
- Fundo solidário para compras conjuntas: feito por um grupo de empreendedores de um mesmo ramo de atividade para conseguir melhores preços junto ao fornecedor
- Microsseguro: Seguro de vida que contempla auxílio funeral e indenização por morte natural ou acidental. Deve ser registrado na SUSEP
- Correspondente bancário: permite realizar pagamentos e recebimentos de faturas dos bancos comerciais
- Educação financeira: Através de cursos gratuitos e palestras orientado para temas como finanças pessoais.
Já com relação à poupança, a legislação financeira não permite que o banco comunitário faça esse tipo de captação ainda.
Como funciona a moeda social nos bancos comunitários?
A moeda social deve ser lastreada e indexada em moeda nacional, além disso, deve permitir o câmbio com a moeda real.
Por sua vez, a circulação deve ser restrita o território de atuação do Banco comunitário. Ao mesmo tempo, ela não pode ser imposta, ou seja, ser de livre aceitação pelos moradores e comércio local.
A frente da moeda deve ser identificada com a entidade gestora do banco. Já no verso, deve ter um texto explicando que se trata de um “bônus” que promove o desenvolvimento local. Deve informar também que é de uso exclusivo para troca de produtos e serviços na comunidade.
Por fim, cabe lembrar também que é vedado a cobrança de juros para empréstimo em moeda social.
Um banco comunitário visa integrar a comunidade no sistema financeiro além de incentivar o desenvolvimento da educação financeira. Baixa agora a nossa planilha da vida financeira para entender e planejar cada etapa da sua vida financeira também.