Utilizar as demonstrações contábeis de uma companhia para analisar se ela é um bom negócio é uma prática comum entre os investidores – principalmente aqueles que seguem os princípios da análise fundamentalista. Porém, a única forma de garantir que os números apresentados são confiáveis é por meio de uma auditoria externa.
Obrigatória para todas as empresas de capital aberto negociadas na bolsa, a auditoria externa garante que a contabilidade de uma empresa represente, de fato, a sua situação — garantindo assim um bom nível de transparência e confiabilidade ao mercado.
O que é uma auditoria externa?
A auditoria externa é uma atividade que examina e atesta a integridade, adequação e veracidade da contas de uma companhia. Utilizando um conjunto de procedimentos técnicos, a auditoria externa analisa as demonstrações contábeis da empresa, para apontar, por meio de um parecer, se estas estão de acordo com os princípios fundamentais da contabilidade e com as normas contábeis brasileiras.
Realizada por uma equipe profissional especializada, contratada especificamente para a tarefa, a auditoria externa não possui relação com a empresa auditada. Ou seja, se trata de uma auditoria independente, apresentando assim resultados isentos de interesse ou influência da empresa.
No Brasil, todas as empresas de grande porte (aquelas com receita bruta superior a R$ 300 milhões de reais por ano) são obrigadas pela Lei 11.638/07 a sujeitar suas demonstrações contábeis a análise de auditores externos devidamente certificados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A auditoria externa ocorre periodicamente, geralmente a cada semestre ou ano.
Qual é o objetivo da auditoria externa?
A auditoria externa tem a finalidade principal de comprovar a veracidade dos registos e informações contábeis apresentados por uma empresa. Ela irá informar se a posição patrimonial da empresa, o resultado financeiro das operações, a evolução do patrimônio e a origem e aplicação de recursos são verdadeiras e estão de acordo com o que foi informado nas demonstrações contábeis.
Dessa forma, a auditoria externa acaba se provando como um instrumento essencial para transmitir segurança e confiabilidade quanto as informações divulgadas pela companhia. Ou seja, será apenas através da auditoria externa que os acionistas e potenciais investidores terão certeza que a empresa é transparente e que seus números são reais.
Logo, a realização periódica da auditoria externa eleva o nível de governança corporativa da empresa, melhorando sua imagem da empresa junto ao mercado e facilitando a obtenção de novos investimentos e aportes.
Quais as diferenças entre a auditoria interna e a auditoria externa?
Conforme o próprio nome sugere, a diferença entre auditoria interna e externa está no escopo onde a auditoria é realizada. A auditoria interna é um instrumento de controle e gestão feito pela própria empresa. Ou seja, não se trata de uma análise independente feita para o público externo, mas sim de um estudo realizado dentro da própria companhia por seus funcionários.
Por isso, além de também investigar a conformidade das demonstrações contábeis e registros financeiros da empresa, a auditoria interna também possuem uma finalidade gerencial. Seus resultados podem servir para identificar falhas e aperfeiçoar os setores, rotinas e processos da empresa, tornando todo o negócio mais eficiente e organizado financeiramente.
O que diz o resultado de uma auditoria externa?
O parecer dos auditores independentes é o documento onde o resultado da auditoria externa é apresentado. O parecer emitido pelo auditor independente pode ter, basicamente, quatro respostas:
Parecer sem ressalva: certifica que todas as informações analisadas estão dentro dos conformes;
Parecer com ressalva: informa que as demonstrações estão corretas em sua maioria, mas destacando existem pequenos erros e discordâncias que precisam ser corrigidos;
Parecer adverso: atesta que as demonstrações não atendem as conformidades das normas contábeis – estando incertas, incompletas ou com pouca confiabilidade;
Parecer com abstenção: ressalta que a auditoria externa não foi suficiente para analisar as demonstrações contábeis da empresa. Dessa forma, ele não se possui domínio completo para emitir qualquer opinião sobre o mesmo.