Apple, a empresa de 1 trilhão de dólares
Um marco histórico se confirmou ontem. A Apple foi a primeira empresa na história da humanidade a possuir valor de mercado superior a 1 trilhão de dólares, ou US$ 1.000.000.000.000,00 para efeito ilustrativo.
Um império não surge ao acaso, tampouco surge baseado numa fundação medíocre. Uma companhia de proporções titânicas só se torna real quando consegue unir excelência de produtos, pessoas e processos, e transporta essa ideia para a mente da população.
Sem a percepção dos indivíduos da grandeza da organização, não se constrói algo perene. O nome por si só deve ser sinônimo de algo magistral.
Steve Jobs foi um mestre da inovação, e da consequente geração de valor agregada a suas ideias. Em virtude disso, listarei abaixo dez motivos pelo quais acredito que a Apple mereça bater a marca de US$1 trilhão em valor de mercado.
10 motivos pelos quais a Apple merece valer 1 trilhão de dólares
- Crescimento de dois dígitos
Um número restrito de empresas nos Estados Unidos consegue apresentar um crescimento recorrente da receita maior que 10%. A Apple, em sua história, foi capaz de crescer seu faturamento na ordem dos dois dígitos e não desacelerou, com previsão futura na mesma magnitude, estimada em 14% para o próximo trimestre.
Esses resultados expressivos são puxados por duas linhas de negócio:
A primeira é referente ao iPhone, que nos últimos períodos impulsionou os resultados devido ao aumento do preço médio, uma vez que o volume de vendas subiu apenas 1%. A linha do IPhone X conseguiu obter sucesso independente do custo maior para o consumidor.
A segunda é a linha de serviços, composta pelo iTunes e App Store, que entregou forte evolução de 30% no último trimestre, impulsionando a receita da companhia.
- Forte geração de caixa
Um dos principais indicadores da qualidade de um negócio é sua capacidade de gerar caixa. A Apple é um dos negócios que mais gerou caixa na história da humanidade, sendo que hoje possui 120 bilhões de dólares em caixa líquido no seu balanço, fato que a torna única.
Diferente das empresas da bolha do “ponto com” que queimavam caixa, a Apple gera quantidades extraordinárias.
- Alocação de capital
Aloca com consciência o dinheiro do acionista, tomando decisões de investimento apenas quando entende perfeitamente a repercussão das mesmas. A companhia não costuma fazer grandes aquisições, sendo que a maior delas foi referente à Beats, comprada por 3 bilhões de dólares.
O capital próprio é usado majoritariamente para recompra de ações (US$20 bilhões no último trimestre) ou direcionado para o caixa. Como disse Warren Buffet:
“Quando eu compro Apple, eu sei que eles vão recomprar várias ações. Nós possuímos 5% da companhia, mas eu sei que não preciso fazer nada e provavelmente em dois anos nós teremos 6% de participação sem colocar 1 dólar a mais sequer.”
- ROE elevado
A empresa possui uma rentabilidade de mais de 40%, 3 a 4 vezes maior do que a média das empresas listadas na bolsa americana, mesmo carregando 120 bilhões em caixa. Esse montante líquido reduz a rentabilidade pois são aplicados a pouco mais de 2% ao ano, o equivalente a títulos de longo prazo do governo americano.
Portanto, o ROE operacional da Apple é ainda maior do que os impressionantes 40%.
- Ainda não está cara
Um dos indícios que mostra o quão plausível é a Apple superar a marca de 1 trilhão de capitalização de mercado é que a companhia não está supervalorizada. Com um índice preço / lucro atual pouco maior do que 19 vezes, e um P/L projetado de 15x, patamar abaixo da média das empresas do S&P500, é visível um potencial de valorização.
- Marca muito Forte
A marca costuma oscilar junto com o Google na primeira posição do ranking da marca mais valiosa do mundo. O nível de devoção do consumidor e dos colaboradores é notável.
A marca é associada a uma ideia de qualidade e diferenciação, que facilita o trabalho em inúmeros aspectos: na fidelização do consumidor, na redução do custo de aquisição do cliente e na venda de novos produtos.
A Apple não é a primeira a lançar o algo no mercado, ela é excelente em inovar conceitos existentes, entregando algo melhorado.
- Alta fidelidade do cliente
Importantíssimo. Faz com que o indivíduo, na hora que for trocar o seu celular e computador, opte novamente por produtos da Apple.
Isso minimiza o investimento em marketing que seria necessário para lembrar o consumidor das opções da marca. A Apple se destaca como empresa pois em geral é a que fornece a melhor experiência ao usuário.
- A companhia executa cross sell, up sell e down sell como ninguém
Grande parte dos consumidores que compram um celular adquire concomitantemente, por exemplo, uma capa de proteção, um cabo auxiliar de 2 metros, um carregador extra e uma película para a tela.
Também é altamente suscetível a futuramente comprar outros produtos de maior valor. Talvez seja a empresa mais competente do mundo nesse aspecto, rivalizando somente com a Amazon. Possui rentabilidade altíssima por usuário.
- Produto muito relevante na vida do usuário
Segundo estudo, o adulto médio aciona o iPhone cerca de 135 vezes ao dia, demonstrando sua relevância na vida das pessoas.
O cidadão pode passar mais tempo no iPhone do que no carro. Essa importância exacerbada no cotidiano do sujeito permite que a marca cobre ainda mais pelo produto, eleva a fidelidade e a reposição (compra iPhone 5, 6, 7, 8, X).
- Escala
A Apple investe por volta de 15 bilhões de dólares por ano em pesquisa e desenvolvimento. Quando você possui uma vantagem de escala, isso permite que você invista ainda mais em P&D.
É uma barreira competitiva dificílima de ser quebrada pois gera um efeito bola de neve.
Como investe mais, inova mais. Com mais inovação, melhora o produto. Produto melhorado vende mais. Vendas elevadas, mais recurso para investir, e assim vai. Vantagem árdua de ser superada.