“Diga-me o que acumulas e te direi quem és” – poderia clamar o profeta da Era Moderna, indagando sobre seu foco em fazer algo para “ter” ou “ser”. As respostas para estas questões serão refletidas no seu resultado de longo prazo, em qualquer atividade que desempenhar.
Por Jean Tosetto
Um dos grandes gênios criativos do século 20 foi Colin Chapman, fundador da lendária equipe Lotus da Fórmula 1, que fez história desenvolvendo carros de corrida que revolucionaram o próprio esporte, permitindo que pilotos brasileiros como Emerson Fittipaldi e Ayrton Senna vencessem seus primeiros Grandes Prêmios na categoria.
Certa vez Chapman declarou que “aumentar a potência deixa você mais rápido nas retas, subtrair peso deixa você mais rápido em todo lugar”. Ele estava se referindo ao peso de seus carros, que deveriam sempre ser muito bons de curva, pois são nas entradas e saídas de curvas que as ultrapassagens são predominantemente feitas, não no meio das retas. Os carros mais potentes usavam motores mais pesados, que também consumiam mais combustíveis, e o chefe da Lotus não gostava de depender dos fornecedores deles.
Podemos até pensar que a frase de um construtor de bólidos não se aplica em termos filosóficos e que, portanto, não tem serventia prática em nossas vidas. Porém, se você considerar que a vida é cheia de curvas, você chegará melhor ao final dela se estiver mais leve. E este “leve” não se restringe ao peso corporal, mas alcança os aspectos psicológicos que alguns chamam de “estado de espírito”.
Menos peso. Mais longevidade
Começando pelo peso corporal, sabemos que pessoas muito acima do peso ideal sobrecarregam seus órgãos como coração, fígado, estômago, intestino e rins; além de prejudicar as articulações. Pessoas obesas são menos ágeis e, a despeito do aspecto estético, que é particular de cada um, é consenso que elas deveriam procurar perder peso, ou seja, se livrar do acúmulo dele.
Porém, não importa que alguém seja magro de fazer inveja se a bagagem extra que a pessoa carrega na mochila for exagerada para suas costas. Pessoas que fazem grandes peregrinações, a pé ou de bicicleta, atentam especialmente para este aspecto. Elas levam consigo o estritamente essencial, ou ficam pelo caminho.
O que é mais prático num aeroporto? Descer do avião apenas com a bagagem de mão ou pagar pelas malas despachadas, fora o contratempo para reavê-las desfilando pelas esteiras do portão de desembarque? Com menos bagagem física, o viajante está mais apto para assimilar a bagagem que realmente importa: a experiência vivida num lugar novo, com outra cultura e outros costumes.
Para assimilar coisas novas, devemos estar com a mente aliviada. Quando nos livramos do peso morto que as coisas velhas carregam, abrimos espaço para renovar não só o nosso guarda-roupa, mas o nosso modo de lidar com os desafios e as oportunidades que as curvas da vida nos revelam.
O cúmulo das influências
Somos educados e estimulados desde pequenos para acumular coisas, como se isso fosse sinal de progresso. As crianças colecionam carrinhos e bonecas. Os adolescentes compram roupas de marca, produtos eletrônicos e artigos esportivos. E os adultos adquirem o segundo ou terceiro carro, sonhando com uma casa maior para guardar tudo que suas crianças e adolescentes acumulam.
Quanto custa manter tudo isso em ordem? Roupas no armário que mofam, pois raramente são usadas e lavadas. Carros que rodam com o óleo do motor vencido. O filtro do ar condicionado da sala de TV que nunca é vistoriado. Coisas em excesso são como passivos: tiram dinheiro do nosso bolso e nos tiram o foco para as coisas que realmente precisamos.
Algumas pessoas descobrem que viajar e acumular experiências relacionadas a pessoas, lugares e trabalhos diferentes é o que realmente as fazem sentir a vida na sua plenitude. Naturalmente elas se livram de todo o peso morto possível do corpo e da mente. Elas buscam se livrar de passivos materiais e psicológicos. Esquecem ou perdoam até as ofensas recebidas no passado.
Mas pouca gente descobre o caminho para obter as condições que nos permitem acumular boas experiências. Este caminho passa pelo acúmulo de ativos que geram renda passiva. Para que alguém um dia possa jogar tudo para o alto antes de viajar ao redor do mundo, por exemplo, é preciso que a questão financeira esteja absolutamente equacionada. O mesmo se aplica para aquele que deseja abandonar um trabalho enfadonho para finalmente exercer um ofício que lhe realize.
A soma dos aportes
Uma das melhores formas para obter renda passiva é através de ações de empresas de capital aberto que pagam dividendos, e cotas de fundos imobiliários que igualmente são negociadas em Bolsa. Não é um processo rápido e, portanto, exige disciplina e paciência. São anos e mais anos com aportes mensais e regulares que visam acumular os melhores ativos de cada ocasião.
Esse é o tipo de acúmulo que vale a pena. Vejamos: ações não aparecem nos aparelhos de Raios-X das alfândegas dos aeroportos. Não existe excesso de carga para quem tem doze mil ações de uma empresa que transmite energia. Quem leva na mochila sete mil cotas de um fundo imobiliário que administra vários galpões de logística jamais ficará cansado por causa disso.
Porém, para acumular ativos, é preciso acumular recursos monetários, ou seja, fazer poupança. Por vezes, falta potência (renda) para efetuar um aporte no fim do mês. Neste caso Colin Chapman lembra a solução: subtraia peso (passivo) do seu padrão de vida.
Em suma: não acumule coisas. Acumule ativos. Eles permitirão que você acumule experiências – e isso não tem preço.
O sol é para todos
Não podemos te ajudar com a organização das suas coisas, mas se o assunto é geração de renda passiva, então podemos recomendar a leitura do “Guia Suno Dividendos” onde apresentamos uma estratégia segura e confiável para obter resultados consistentes no longo prazo, através de aportes na Bolsa de Valores.
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[Crédito da imagem: “As cores da vitória” (2019), arte digital do autor.]