Ações: O [GUIA] definitivo para quem nunca investiu neste mercado
Você já ouviu falar em ações, não é mesmo? Deve ter sido algo do tipo: “ações são arriscadas”,” é coisa de rico”, “você vai perder tudo”, “O mercado é manipulado”.
De fato, a reputação das ações é péssima. E de fato, a maioria não ganha dinheiro com esse investimento. A maioria perde. Iremos te ensinar porque isso ocorre e o que fazer para vencer, mesmo que você não tenha nenhuma experiência e conhecimento.
O que são ações
Uma ação, também apelidada de “papel”, é a menor parte do capital social de uma companhia. Quem detém uma ação é chamado de dono, sócio, ou acionista da empresa.
Qualquer empresa? Não.
Somente Sociedades Anônimas (S/A).
Essas sociedades obedecem à lei das S/A (Nº 6404/76), e o anonimato vem do fato de que a ação pode trocar de mãos.
Você pode comprar ou vender uma ação. Logo, o dono da companhia também muda. Não há o registro da empresa no nome de ninguém, ao contrário de uma padaria de esquina, por exemplo.
Só que existem dois tipos de S.A.:
- S/A. de capital fechado
- S/A. de capital aberto
As S/A de capital fechado não permitem que o público adquira papéis.
Já as S/A de capital aberto permitem, e são fiscalizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). É este tipo de sociedade que nos interessa.
Ações como fatias de tortas
Caso o conceito de uma ação ainda não esteja claro para você, pense na empresa como se fosse uma grande torta, dividida em dez fatias. Cada fatia é como uma ação. Assim:
- Quem tem uma fatia (ação) tem 10% da torta (empresa).
- Duas fatias dariam direito a 20%.
- E assim por diante…
Embora esse exemplo seja fácil de entender, na prática as empresas tem milhões ou bilhões de ações, e a maioria dos acionistas vai ter algo como 0,0001% de participação.
Portanto, quem tem pouca participação, também chamado de minoritário, não influencia em nada a condução dos negócios da sociedade.
De fato, o pequeno investidor é mais um parceiro do que sócio propriamente dito. E isso não é necessariamente algo ruim. Pelo contrário. As S/A possuem uma administração profissional, sem necessitar do envolvimento dos acionistas.
Além disso, vale mencionar que essas companhias geralmente são negócios já estabelecidos, com um faturamento na casa dos bilhões para a maioria das empresas. Veja alguns exemplos.
Exemplos famosos
- Petrobrás
- Itaú
- Vale
- Eletrobrás
Reconhece algum nome da lista? Tenho certeza que sim. Qualquer pessoa pode se tornar acionista dessas empresas.
Mas nem só de acionistas vive uma empresa. As companhias possuem funcionários, credores, fornecedores, despesas com luz,água, aluguel, equipamentos, impostos, etc…
Ou seja, na prática existem os bens e direitos da companhia (ativos) mas também existem as obrigações (passivos). A diferença entre os dois é o que chamamos de patrimônio líquido.
Patrimônio Líquido = Ativos – Passivos
Podemos dizer que o patrimônio líquido é uma medida da riqueza dos acionistas que está na companhia em uma determinada data.
Só que existe uma outra fonte de riqueza: A geração futura de caixa.
Toda empresa precisa gerar caixa. Uma empresa é uma entidade feita para dar lucro, e em última instância, conseguir cada vez mais dinheiro para os seus sócios. Portanto, podemos enxergar o acionista de uma outra maneira:
O acionista é alguém que participa da geração de caixa da companhia. E por que isso é bom para ele? Vamos ver agora.
Porque comprar uma ação
Aprendemos há pouco que o investidor que adquire papéis de determinada empresa se torna sócio daquele empreendimento. Dessa forma, na figura de sócio do negócio, passa a possuir, também, participação nos seus lucros.
Portanto, se a companhia prosperar e gerar cada vez mais lucros, o acionista obviamente será beneficiado.
E na prática o acionista ganha dinheiro de três maneiras:
- Recebendo proventos
- Com a valorização da ação
- Alugando suas ações
Então vamos ver agora com mais detalhes cada uma dessas maneiras de remunerar o acionista.
Proventos
Você está vendo o gráfico acima? Em cada ano desde 2004 até hoje, essa empresa vem pagando proventos crescentes aos seus acionistas. Por exemplo, em 2016 esse valor foi de R$ 1,6 por ação. Se tal investidor tivesse 100 ações, teria recebido 100*R$ 1,6=R$ 160.
De onde vem esse dinheiro? Dos lucros da sociedade.
Os proventos são uma parte desses lucros, que é distribuída aos sócios. Quando a empresa paga os proventos ocorre a transferência de dinheiro do caixa da companhia para o bolso dos seus acionistas.
Mas na verdade existem dois tipos de proventos:
- Dividendos
- Juros Sobre Capital Próprio (JCP)
A única diferença entre esses dois tipos é que os dividendos são isentos de IR para o investidor enquanto os JCP são tributados na fonte a uma alíquota de 15%. Por que a diferença?
É o seguinte: Os dividendos já são distribuídos diretamente do lucro da empresa. Portanto, os impostos já foram pagos. Já os JCP podem ser deduzidos para fins fiscais, e por isso, a responsabilidade pelo tributo fica por conta do acionista.
E como muitas empresas possuem uma alíquota de tributação maior do que 15%, então ao pagarem JCP ocorre uma economia de impostos, o que é vantajoso para a empresa e por consequência, para o acionista.
Entretanto, vale ressaltar que as empresas tem um limite no montante que podem pagar de JCP. Além disso, quando a tributação é muito baixa nem faz sentido pagar JCP. Nesse caso, ocorre somente a distribuição de dividendos.
É costume no mercado de ações falar apenas o termo “dividendos”, de onde se subentende que estamos tratando tanto de dividendos quanto de JCP. Assim, a partir de agora usaremos apenas o termo dividendos para se referir aos dois tipos de proventos, combinado?
O valor mínimo de dividendos
Via de regra, se a companhia der lucro o acionista terá direito a receber dividendos. Na prática, é extremamente raro a empresa lucrar e não distribuir dividendos.
Claro que se a operação der prejuízo, então não existe essa obrigação.
Quanto ao valor mínimo de dividendos obrigatórios, a legislação prevê as seguintes regras:
- O mínimo será o que o estatuto social definir. O estatuto é o documento que dita as regras básicas de funcionamento da sociedade.
- Caso o estatuto seja omisso, então o mínimo basicamente será igual a 50% do lucro líquido, exceto por algumas tecnicalidades contábeis e ajustes que não cabem explicar neste artigo introdutório.
- Por fim, se o estatuto for omisso e a assembleia geral decidir estabelecer um limite, então o mínimo será de 25% do lucro líquido ajustado. A assembleia geral é a reunião em que os acionistas votam a respeito das principais políticas da sociedade.
Por fim, a empresa pode dar lucro e não pagar dividendos. Mas como disse, é muito raro, pois devem ser cumpridas algumas exigências bem difíceis. E nesses casos, a empresa deve se justificar perante à CVM.
Periodicidade dos dividendos
Um outro detalhe importante é que existem datas relacionadas à distribuição de dividendos. Temos três datas:
- Data de deliberação
- Data-ex
- Data de pagamento
A data de deliberação é quando a assembleia ou o conselho de administração anunciam ao mercado o montante de dividendos a serem distribuídos, e quais serão a data-ex e a data de pagamento.
Já a data-ex é a data a partir da qual todo investidor que comprar a ação não terá direito de receber os últimos dividendos anunciados. Visto de outra forma, todo mundo que era acionista um dia útil antes dessa data (“dormiu” com ação) terá direito de receber os dividendos.
Por fim, a data de pagamento é quando a companhia efetivamente paga os dividendos aos seus acionistas.
Mas é importante lembrar que não existe um padrão na distribuição de dividendos .Tem empresas que pagam uma vez ao ano, outras pagam mensalmente, trimestralmente, ou de maneira irregular ao longo do ano. E às vezes a própria empresa muda o padrão de um ano pro outro.
Dessa forma, a mesma empresa pode comunicar vários anúncios diferentes de dividendos. Ou seja, as datas que mencionamos acima mudam a cada novo anúncio de dividendos.
Portanto, mesmo que você compre a ação após a data-ex, você só não receberá o próximo dividendo, que já foi anunciado. Quanto aos dividendos que virão depois desse,você irá recebê-los desde que não venda a ação.
Compreendido?
Vamos falar agora da segunda forma do acionista ganhar dinheiro.
Valorização da ação
Acima mostramos o gráfico do preço de uma ação. Ao final de 2003 , o preço era de R$ 0,32. Já em 2017 passou de R$ 70. Em verde está o lucro da empresa no período.
Ou seja, ocorreu uma valorização de mais de 200 vezes ao longo desses 14 anos. Essa é a segunda forma dos acionistas ganharem dinheiro.
E o que causa essa valorização?
Vamos voltar ao básico para entender. As ações representam negócios, empreendimentos, e sociedades que geram e distribuem riqueza para os seus acionistas.
Portanto, se essas companhias geram cada vez mais lucros, é natural que os investidores reconheçam esse crescimento e aceitem pagar um preço maior pela empresa.
Por exemplo, se tivermos duas companhias exatamente iguais, exceto que uma lucra o dobro da outra, então a empresa que lucra mais deveria valer o dobro.
De forma oposta, se a companhia apresentar lucros cada vez menores, então o preço da ação também deveria diminuir de acordo.
Mas essa lógica funciona na prática? Sim.
Existem diversos estudos que comprovam essa relação entre crescimento da geração de caixa e valorização da ação. A própria empresa do gráfico acima é um exemplo disso.
Só que há um detalhe:
Isso só é válido no longo prazo. O que é longo prazo? Estamos falando de anos. 3, 5, 10 ,20. Ou mesmo mais do que isso.
Warren Buffet, o maior investidor de todos os tempos, por exemplo, diz que o seu período preferido para ficar com uma ação é para sempre.
Ações no curto prazo – Um jogo de azar
Por outro lado, em períodos mais curtos, como meses, semanas e dias, tudo pode acontecer com o preço da ação. Subir, cair, andar de lado, dar pirueta, mortal, etc… Veja este gráfico para entender:
Esse é o mesmo gráfico do exemplo acima, mas agora mostra somente as cotações do último mês.
Perceba como mudou o padrão dos preços. Ao olhar períodos de anos, você verá uma curva suave, que segue o lucro da empresa. Já no curto prazo, a figura é completamente aleatória.
E ainda que existam pessoas que defendam enriquecer através de operações no curto prazo, acreditamos que ganhar dinheiro de forma consistente em períodos tão curtos é algo tão incerto quanto apostar na roleta de um cassino.
Não acreditamos nessa estratégia e nem conhecemos pessoas que tenham enriquecido dessa maneira.
Aluguel
Enquanto o investidor permanecer com seus papéis, ele poderá disponibilizá-los para aluguel. Esse é um procedimento sem risco, e o investidor continua recebendo os dividendos normalmente. Mas na prática, esse tipo de remuneração é desprezível em comparação aos dividendos e à valorização da ação.
E agora que você já sabe como ganhar dinheiro com ações, vamos ver o caso do Luiz Barsi, grande mentor e investidor brasileiro.
Luiz Barsi – o Rei dos dividendos
A ideia do Luiz Barsi quando começou a investir nunca foi de virar bilionário (apesar de ter conseguido), mas sim, construir uma carteira previdenciária, como ele costuma dizer.
O que é a carteira previdenciária ? É uma carteira de ações que proporciona uma renda de dividendos para aposentadoria.
Desde quando começou, na década de 60, Barsi já percebia a necessidade de investir no mercado acionário para poder se aposentar dignamente.
Ele concluiu que as demais opções , como previdência pública, fundos de pensão, e renda fixa, não lhe dariam o conforto desejado.
E para demonstrar como as ações poderiam ser excelentes alternativas para aposentadoria, ele publicou um estudo na década de 70 . Recomendo que leiam.
É uma excelente demonstração de como o efeito multiplicador dos dividendos, especialmente o reinvestimento desses proventos, pode criar um fluxo de renda incrível no futuro.
O caso do Barsi é emblemático, pois mesmo há mais de 40 anos ele já previa que a previdência pública era insustentável e então começou a criar a sua própria previdência através do mercado acionário.
Previdência hoje
Hoje em dia a situação é infinitamente pior. A pirâmide etária está invertendo, o rombo da previdência é enorme, e as aposentadorias atuais não proporcionam mais o mesmo padrão de vida que proporcionavam antigamente.
Além disso, vários fundos de pensão quebraram, outros irão quebrar, e diversos escândalos já foram descobertos (procure Operação Greenfield).
Já os planos de previdência privada, como VGBL e PGBL também não são boas opções. A maioria não consegue superar o índice da renda fixa, o CDI.
E falando da Renda Fixa, Barsi deu o apelido carinhoso de “Perda Fixa”. O fato é que os juros no Brasil vem diminuindo consistentemente, mesmo quando descontamos a inflação. No Brasil se criou a cultura da agiotagem, do rentismo, pois os juros eram bem elevados.
Acreditamos que esses dias fazem parte do passado. Se você quiser se aposentar bem, terá que começar a explorar a renda variável. E a melhor opção para o longo prazo costuma ser as ações.
Existem diversos estudos que comprovam isso. E no mundo todo. Aqui no Brasil, a média de retorno foi de 7,5% acima da inflação nos últimos 50 anos.
Mas isso é somente o retorno médio, considerando empresas boas e ruins. Tenho certeza de que o Barsi conseguiu muito mais, pois sabia selecionar excelentes empresas e esperar as oportunidades. Vamos falar disso mais adiante.
Agora iremos estudar os diferentes tipos de ações. Sim, existem mais de uma.
Ação Ordinária, Preferencial e Units
Até agora nos referimos às ações como se fossem uma categoria única. Na verdade, existem três tipos:
- Ação Ordinária (ON)
- Ação Preferencial (PN)
- Units (“pacote” de ON e PN)
A ação ON é aquela que possui direito a voto em assembleias gerais. Ou seja, quem detém 50% + 1 ação ON, de fato controla a companhia. Na prática, existem alguns grupos de acionistas relevantes que de fato, influenciam no rumo dos negócios. Como falamos antes, esse benefício do voto é praticamente nulo para o minoritário.
Mas a ON tem direito a um Tag Along mínimo de 80%. Exemplo: se o controle da empresa for vendido por um preço de 10 reais, o acionista ON poderá vender sua ação por 80% de R$ 10, ou R$ 8 ao novo controlador.
Isso ocorre pois quem compra o controle da companhia deve obrigatoriamente fazer uma oferta pública de aquisição (OPA) para adquirir a participação dos outros acionistas.
Dependendo da empresa , o Tag Along poderá ser de 100%.
Já a ação PN não tem direito a voto. Por outro lado, essa ação pode ter direito a um dividendo maior que o da ON, ou mesmo preferência para recebê-lo antes, ou então prioridade no reembolso de capital (em caso de liquidação da companhia). A PN ainda pode ter mais de uma classe como A,B,C, com direitos diferentes.
Por fim, a Unit representa uma cesta de ON e PN. Por exemplo, 1ON + 2PN, 1ON + 4PN, 2ON + 3PN, e assim por diante…
A Unit garante aos portadores os mesmos direitos que correspondem aos papéis em sua composição.
Maioria é ON
Apesar de existirem esses 3 tipos de papéis, Dependendo do nível de governança corporativa, a companhia deverá obedecer algumas regras, por exemplo:
- Empresas do Novo Mercado e Bovespa Mais só podem emitir ON com Tag Along de 100%.
- Empresas do Nível II e Bovespa Mais nível II devem estender o Tag Along de 100% para a PN.
Eu fiz um estudo há pouco e mais de 64% das empresas só tinham ON. Do restante de 36%, a maioria das PN praticamente não eram negociadas ou então possuíam Tag Along de 100%.
E mesmo as PN que não possuíam Tag Along e tinham um bom volume de negociação, muitas eram de empresas de capital misto (controladas pelo estado). Nesse caso, a venda de controle é mais difícil de ocorrer.
Ou seja, na prática, selecionar a PN ou Unit ao invés da ON é basicamente uma questão de avaliar o preço (em função dos dividendos) e o fato de que, em alguns casos, a ON tem muito menos negócios e volume (chamamos de liquidez) . É o caso das empresas Grazziotin, Taesa, AES Tiete e Itaúsa, por exemplo.
Mas mais importante que saber escolher entre ON, PN e Unit, é conseguir selecionar a empresa certa para investir. Isso é o que veremos agora.
Como escolher qual ação comprar
Você já aprendeu que para ganhar dinheiro com ações você precisa receber dividendos e ver a sua ação valorizar no longo prazo. No curto prazo, é praticamente impossível enriquecer constantemente.
E como explicamos, essas duas origens de remuneração estão ligadas à capacidade da empresa gerar lucros no futuros.
Logo, você deve selecionar as empresas que possuam um futuro promissor. Geralmente, esses negócios possuem alta rentabilidade, endividamento controlado, geração de caixa previsível, e várias vantagens competitivas, como:
- Escala
- Alta fidelização dos seus clientes
- Custo alto para novos competidores entrarem
Enfim. Esse processo de analisar a companhia em si, tanto passado, presente e futuro, é chamado de análise fundamentalista.
E é claro que você não irá escolher apenas uma única empresa. O ideal é possuir um portfólio de companhias diferentes.
Algumas empresas são mais arriscadas do que outras. Alguns setores são mais imprevisíveis que outros.
Então você deve encontrar o “mix” ideal para o seu perfil. Caso você ainda não saiba como fazer esse tipo de análise, possuímos muito conteúdo gratuito e recomendações de investimentos para lhe ajudar.
Quando comprar
Você deve comprar uma ação quando ela está sendo vendida com muito desconto. O que é desconto? É quando o preço da ação é menor do que o valor dessa ação.
Essa é a ideia por trás do Value Investing, ou investimento em valor. Comprar algo por bem menos do que o seu valor.
Como diz Warren Buffet:
” Preço é o que você paga, valor é o que você leva”.
Uma Ferrari 0 km por R$ 100.000 é um bom negócio. Mas por R$ 10 milhões não é.
Enquanto o preço é algo dado pelo mercado, o valor é algo que o próprio investidor deve estimar.
E para fazer isso, deverá aprender a fazer Valuation, que é o cálculo do valor ou preço justo de uma ação.
Abaixo colocamos um podcast, onde o fundador da Suno, Tiago Reis, explica o Value Investing e mostra alguns casos reais.
Quando vender
Saber quando vender uma ação também é importante. Então te convido a assistir o vídeo abaixo, preparado pelo CEO e fundador da Suno, Tiago Reis. A transcrição está logo abaixo.
1º caso: valorização excessiva
[ Eu acredito que o investidor deve considerar vender sus ações em apenas três circunstâncias.
A primeira é quando o papel passa por um processo de valorização excessivo em bolsa. Por exemplo:
O Warren Buffet. Ele comprou papéis da coca-cola em 1987. Em 1997, dez anos depois, o papel tinha se valorizado de maneira brutal, fazendo com que a ação fosse negociadas por 50 vezes lucro, que era um múltiplo muito acima da média do mercado americano, e também, muito acima da média histórica da coca-cola.
E o que aconteceu? Desde então, praticamente as a ação da coca-cola está no mesmo patamar. A melhor coisa que o investidor podia ter feito em 1997, era ter vendido a ação daquela empresa.]
2º caso: outras oportunidades
[A segunda circunstância que o investidor deveria considerar vender a ação é quando surge uma oportunidade melhor no mercado.
Como vocês sabem, o mercado é volátil. Oportunidades surgem de tempos em tempos. Em alguma nova ação, que não está no seu portfólio.
Então, o que o investidor deveria considerar: é que caso surja uma oportunidade muito grande em um papel que ainda não está em carteira, ou mesmo um papel que está em carteira mas numa posição menor, você deveria vender um papel que você já tem em carteira, e comprar uma oportunidade nova, essa oportunidade que tem um potencial de valorização maior do que o papel que você tem atualmente em carteira.]
3º caso: deterioração da empresa
[A terceira circunstância que o investidor deveria considerar vender sua ação, é quando ocorre uma deterioração da empresa investida.
Geralmente, quando ocorre isso, o investidor terá que vender a ação com um pequeno prejuízo. Faz parte. Não se acerta todas.
Mas é mais fácil você reconhecer um prejuízo inicial e usar esse recurso para comprar uma nova oportunidade, do que ficar embarcado num barco que vai afundar.
É importante lembrar que o investidor pode vender até 20 mil reais por mês, em ações, isento de imposto.
Se você considerar que o trabalhador médio que ganha 20 mil reais, paga quase que tarifa cheia de imposto de renda, é uma grande generosidade que o governo brasileira dá para o investidor do mercado acionário..
Portanto, essas são as três circunstâncias que eu acredito que o investidor deveria considerar vender as suas ações.]
Como comprar uma ação
A ação é comprada e vendida através da bolsa de valores. A bolsa é uma empresa brasileira, chamada de B³.
Antigamente, as negociações ocorriam em um local físico. Mas hoje em dia é tudo feito pela internet. Mas há um detalhe:
Não é possível compradores e vendedores negociarem diretamente entre si.
Você precisa abrir uma conta junto à uma corretora de valores, que irá lhe representar perante à B³.
E sempre que você comprar ou vender uma ação, você irá pagar uma corretagem para a corretora, além de taxas para a própria B³. Cada corretora possui um sistema de negociação diferente, que chamamos de Home Broker.
Então, para comprar ou vender a ação, basta acessar à sua conta e entrar no Home Broker.
E é nessa mesma conta que você irá receber os dividendos e fazer transferências e retiradas.
Existem corretoras mais baratas que outras. Algumas com atendimento melhor. Outras com maior reputação e solidez financeira.
As corretoras dos bancos grandes costumam ser as mais caras, enquanto as corretoras independentes são mais acessíveis.
Enfim, é preciso avaliar os prós e contras e escolher a melhor corretora para você.
Riscos de investir em uma ação
Até agora falamos apenas das vantagens de comprar ações. É óbvio que existem riscos também. Todo investimento tem risco.
Ação tem risco no curto prazo e no longo prazo.
Mas sobre o curto prazo já falamos. É extremamente perigoso comprar alguma ação para especular.
Mas mesmo no longo prazo os riscos existem. E quando falamos de períodos longos, o principal risco é a deterioração da empresa investida.
Caso a empresa comece a dar prejuízos sucessivos, o acionista não receberá dividendos e a cotação inevitavelmente cairá.
Portanto, se a deterioração persistir, a perda de capital pode ser permanente.
É claro que se você monta um portifólio diversificado de boas companhias e possui um horizonte longo de investimentos, a chance de você perder dinheiro é baixa.
Isso costuma ser verdade pois uma ação só pode cair a zero. Mas distribui dividendos. Ou seja, a partir de um certo ano, você já terá todo o seu capital devolvido sob a forma de proventos.
Mas existem outros riscos, como inflação e o custo de oportunidade.
Se a inflação for de 10%, mas o investidor só conseguiu 9%, ficou 1% mais pobre.
Por outro lado, o custo de oportunidade é um assunto que vamos deixar para outra hora. Mas para um entendimento inicial, pense no retorno da renda fixa, como do Tesouro Direto, por exemplo.
Se a renda fixa te render 8%, mas as suas ações só derem 7%, então você investiu mal, pois poderia estar ganhando 1% a mais na renda fixa correndo riscos menores.
Conclusão sobre ações
Ações não são a oitava maravilha do mundo, não fazem milagres e também não resolvem todos os problemas da humanidade. Apesar disso, para aquelas pessoas que desejam garantir uma aposentadoria digna, esse investimento é uma das melhores opções. Especialmente nos dias de hoje. A estratégia de ser parceiro de boas empresas para o longo prazo gerou excelentes frutos para diversos investidores. E acreditamos que possa gerar para você também.