A Grande Depressão é considerada uma das maiores desacelerações econômicas da história global. Foi um momento marcado por um período de quedas acentuadas na produção industrial, deflação, desemprego em massa, colapso nos bancos e aumentos acentuados nas taxas de pobreza.
A Grande Depressão ainda é um momento histórico desconhecido por boa parte das pessoas. No entanto, ela teve uma dimensão causada por suas repercussões, que se espalharam, na época, para o mundo todo.
O que foi a Grande Depressão?
A Grande Depressão foi o período de maior desaceleração econômica da história dos Estados Unidos, começando em 1929 e se entendendo até o final da década de 1930. Esse episódio histórico também ficou conhecido como a crise de 1929.
Certamente, uma das mais importantes serventias dos eventos históricos ocorridos no passado são os aprendizados que eles deixam para as próximas gerações. Neste sentido, entender o que foi a Grande Depressão, pode revelar as maneiras com que lidamos com as temidas crises.
A Grande Depressão americana se iniciou com a quebra do mercado de ações em 1929. Anteriormente a isso, os preços das ações subiam a níveis sem precedentes. Em outras palavras, investir no mercado de ações foi visto como uma maneira fácil de ganhar dinheiro.
Como resultado, ao final da década, centenas de milhões de ações estavam sendo mantidas na margem. Ou seja, o preço de compra estava sendo financiado com empréstimos, a serem pagos com os lucros gerados pelos preços cada vez maiores das ações.
No entanto, os preços das ações iniciaram um declínio em outubro de 1929, onde milhões de acionistas entraram em pânico. Do mesmo modo, esses investidores correram para liquidar suas posições, aumentando o declínio e gerando mais pânico.
Para se ter uma ideia, somente nos Estados Unidos, onde os efeitos da crise de 1929 foram piores, entre 1929 e 1933 a produção industrial caiu quase 47%. Além disos, o produto interno bruto (PIB) diminuiu 30% e o desemprego atingiu mais de 20%.
Qual foi a causa da Grande Depressão?
O que causou a Grande Depressão é um assunto de muita discussão entre economistas e historiadores. No entanto, podemos destacar alguns fatores que levaram à desaceleração econômica mundial.
O primeiro deles foi a Primeira Guerra Mundial, com a alteração no equilíbrio de poder, onde muitos países da Europa se encontravam em situações bastante delicadas. Suas respectivas economias estavam enfraquecidas e com forte retração de consumo, o que, de maneira direta, abalou a economia mundial.
O segundo fator corresponde ao padrão ouro, que durante muito tempo, serviu como base para as moedas nacionais e as taxas de câmbio. No entanto, teve que ser temporariamente suspenso, no intuito de se recuperar dos custos da Grande Guerra.
Como resultado, houve a inflexibilidade no mercado financeiro nacional e internacional. Isso fez com que se tivesse saídas significativas de ouro estrangeiro para os Estados Unidos.
Sendo assim, os Bancos Centrais estrangeiros tentaram neutralizar o desequilíbrio comercial elevando suas taxas de juros. Essa medida trouxe um efeito de redução na produção e nos preços, aumentando o desemprego.
Por fim, mas não menos importante, que causou a Grande Depressão foi o crash da bolsa de valores dos Estados Unidos em 1929. Este foi visto como um dos principais pontos para a desaceleração econômica na Alemanha e as dificuldades financeiras na França e na Grã-Bretanha coincidiram para causar uma crise financeira global.
Quais foram os impactos da Grande Depressão?
A Grande Depressão diminuiu o consumo em todo o mundo. Assim, as indústrias norte-americanas não tinham mais para quem vender. Naquela conjuntura, as repercussões da Grande Depressão fez com que houvesse mais mercadorias que consumidores. Ou seja, a oferta era maior que a demanda e, por consequência, os preços caíram, a produção diminuiu e logo o desemprego também aumentou.
Neste período, os norte-americanos, após perder o emprego, formavam longas filas, implorando por comida ou vendendo maçãs nas esquinas. As famílias que até aquele momento eram ricas, caíram na pobreza.
Além disso, nos três anos após 1929, mais de um terço dos bancos do país faliram. Esse fato proporcionou uma longa fila de pessoas desesperadas que buscavam recuperar suas economias.
Importante lembrar que regimes militaristas chegaram ao poder na Alemanha e Itália. Estes prometiam discursos de alívio econômico e expansão nacional, legitimando a ascensão de Hitler e Mussolini. Esse acontecimento ocorriam enquanto os Estados Unidos se voltavam para minimizar os efeitos persistentes da Grande Depressão.
Crash da Bolsa de Nova York
Saindo da Primeira Guerra Mundial, os anos 20 traziam trouxeram um maior estímulo ao consumo. Além disso, o poder de compra da classe média americana aumentou, favorecida pela expansão do crédito. Isso se acompanhava da ausência de regulação ou intervenção estatal, utilizado para o financiamento de diversas atividades econômicas.
No entanto, essa prosperidade dos anos 20 durou até outubro de 1929, quando o mercado em expansão despencou rapidamente. Esse momento é conhecido como o Crash da Bolsa de Nova York, levando os americanos ao pânico.
A explosão da bolha que surgiu na bolsa de valores de Nova York fez com que o índice Dow Jones caísse 12%. Essa variação foi uma das maiores quedas em um único dia na história do mercado. Assim, aquele dia se tornou famoso e mundialmente conhecido como a “Terça-Feira Negra”.
Como resultado, a Grande Depressão de 1929 criou um choque psicológico profundo. O momento causou a perda de confiança na economia americana, tanto entre consumidores quanto entre empresas.
Consequentemente, após o Crash da Bolsa de Nova York, os gastos do consumidor, especialmente em bens duráveis. Além disso, os investimentos empresariais foram drasticamente reduzidos. Isso levou à redução da produção industrial e à perda de empregos, o que reduziu ainda mais os gastos e os investimentos.
New Deal
Franklin D. Roosevelt, que assumiu a presidência dos Estados Unidos em 1933, tinha uma grande tarefa pela frente. Essa tarefa seria de acabar com o estado de calamidade instaurado pela Grande Depressão de 1929 e aliviar o desespero de todo o povo americano.
Para isso, Roosevelt lançou inúmeros programas para responder a uma ampla gama de problemas que o país enfrenta. Um dos objetivos era estabilizar os bancos, estimular a economia e criar empregos. Do mesmo modo, se buscava investir em obras públicas e modernizar regiões atrasadas.
Todos esses projetos foram denominados de New Deal, fazendo parte de um plano maior. O intuito era devolver aos americanos um novo senso de segurança e esperança em seu país.
O New Deal durou até a entrada americana na Segunda Guerra Mundial, no final de 1942. Em dez anos, ele transformou o país e restaurou nossa fé na capacidade do governo de servir ao povo.
Esse fato histórico faz com que todo investidor tenha a necessidade de se atentar a esses tipos de conjunturas de alta de mercado. Assim, ele pode se precaver de surpresas desagradáveis como as que aconteceram durante a Grande Depressão.
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