Real valor dos investimentos: saiba como calcular o seu

Sem dúvida uma das maiores preocupações dos investidores é com a evolução do real valor dos investimentos. Isto é, com a rentabilidade financeira das aplicações, cujo sucesso ocorre por meio da valorização dos ativos investidos e do recebimento de rendimentos ao longo do tempo.

Apesar de inicialmente simples, é preciso destacar que existem algumas variáveis que devem ser entendidas para conseguir calcular o real valor dos investimentos. Com elas, o investidor conseguirá, inclusive, ser capaz de comparar melhor a rentabilidade das aplicações.

Fatores que alteram a rentabilidade dos investimentos

Na hora de avaliar o real valor dos investimentos, o investidor precisa ficar atento com uma série de variáveis que impactam a rentabilidade dos ativos investidos. Isto é fundamental para que o indivíduo seja capaz de entender o porquê da rentabilidade alcançada, de forma a não cometer erros comuns de análise de retorno.

É preciso ressaltar, nesse sentido, que a variável rentabilidade é apenas uma daquelas que envolve um determinado ativo financeiro. Sendo que existem outros fatores importantes a serem entendidos e que afetam diretamente o retorno do investimento.

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Entre esses fatores, temos:

  • Risco do investimento;
  • Prazo médio do investimento;
  • Liquidez da aplicação.

Abaixo, um pouco mais sobre como cada uma dessas variáveis é capaz de alterar o real valor do investimento realizado.

Efeito risco na rentabilidade dos investimentos

Primeiramente, é preciso que todo investidor tenha capacidade de avaliar o efeito risco na rentabilidade dos investimentos. Isso porque, como se diz no mercado:

  • “Quanto maior o risco, maior o retorno; e, quanto menor o risco, menor o retorno”.

Essa conhecida frase precisa ser compreendida para que o investidor não comece a comprar de maneira errada dois tipos de investimentos com riscos completamente distintos. Afinal, a rentabilidade de cada ativo estará diretamente relacionada ao seu risco. Isto é, ao seu grau de incertezas e de imprevisibilidade.

Isso significa que, via de regra, investimentos em renda fixa irão render menos que aqueles de renda variável, mas também terão, na média, um risco bem menor. Além disso, ações de empresas mais arriscadas tenderão a apresentar melhor retorno no longo prazo, pois também terão um risco na média mais alto.

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Efeito tempo na rentabilidade dos investimentos

A segunda variável que deve ser considerada é o efeito tempo na rentabilidade dos investimentos. Isto porque, assim como no caso do risco, o prazo médio de uma aplicação influencia diretamente o seu retorno financeiro.

Esse efeito faz todo sentido, afinal, quanto maior o prazo de uma aplicação, maior a sua incerteza e menor a sua disponibilidade para o investidor. Assim, via de regra, quanto maior o tempo da aplicação, maior o seu retorno e; quanto menor o prazo, menor o retorno.

Efeito liquidez na rentabilidade dos investimentos

Por fim, outra variável que não pode ser desconsiderada é o efeito liquidez na rentabilidade dos investimentos. Sendo que essa liquidez financeira representa a facilidade do investidor transformar seu ativo investido em dinheiro rapidamente e quanto maior essa facilidade, maior a liquidez.

Como é de se esperar, ativos que são mais líquidos, isto é, mais disponíveis para o investidor, são também menos arriscados e, portanto, entregam uma menor rentabilidade. Por outro lado, aqueles que ficam “travados” e indisponíveis por determinado prazo são, na média, mais arriscados, e por isto prometem um retorno mais elevado.

Como calcular o real valor dos investimentos?

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Levando em consideração todos os efeitos elencados anteriormente, é de se esperar que os investidores cheguem a este ponto com uma dúvida importante. Isto é, mas como calcular o real valor dos investimentos?

Via de regra, o ROI (Return on Investment) de um investimento é calculado levando em consideração o retorno entregue em relação ao montante investido. Portanto, a fórmula da rentabilidade geral de um investimento em um determinado período é calculada por:

  • ROI (Return on Investment) = (Retorno – Custo) / Custo x 100.

Desta forma, um investimento de R$200,00 que retornou R$220,00 após um ano teria um ROI de:

  • ROI = (220 – 200) / 200 x 100 = 10% no período.

No caso acima, o retorno do investimento aconteceu após 1 ano. No entanto, caso a aplicação tivesse uma duração de 2 anos, o seu retorno geral de 10% não seria mais tão importante.

Nesse sentido, para facilitar a análise e a comparação entre diferentes aplicações, seria preciso ajustar o ROI ao período de um ano. Para isso, basta aplicar a seguinte fórmula:

  • Rentabilidade anual = (1 + rentabilidade no período) ^ (12 / n° meses) – 1.

Com a fórmula acima, será possível ajustar a rentabilidade geral de qualquer investimento para a base anual, de forma a facilitar a comparação e avaliação do retorno financeiro. No exemplo de 02 anos de aplicação, esse ajuste ficaria da seguinte forma:

  • Rentabilidade anual = (1 + 0,10) ^ (12/24) – 1 = 4,88% a.a.

Como calcular o preço médio ajustado

real valor dos investimentos

Com o valor atual do investimento, o investidor é capaz de — conforme demonstrado anteriormente — calcular sua rentabilidade no período e ajustá-la para a base anual. No caso das ações, esse valor atual é dado pelo preço de mercado do papel no momento do cálculo.

Assim, um investidor que comprou 1 ação da Itaúsa (ITSA4) ao preço de R$8,50 teria o seguinte real valor do investimento nos mais diversos preços de mercado:

  • R$8,00 = (R$8,00 – R$8,50) / R$ 8,50 x 100 = – 5,88% no período;
  • R$9,00 = (R$9,00 – R$8,50) / R$ 8,50 x 100 = 5,88% no período;
  • R$10,00 = (R$10,00 – R$8,50) / R$ 8,50 x 100 = 17,65% no período;
  • R$12,31 = (R$12,31 – R$8,50) / R$ 8,50 x 100 = 44,82% no período.

Como pode ser observado, para o cálculo do retorno do período foi utilizado o preço de mercado da ação em comparação com o montante inicialmente investido. Ainda, destaca-se que independente da quantidade de ações adquiridas, o retorno seria exatamente o mesmo, visto que o aporte e o valor atual seriam proporcionais ao exemplo.

Ademais, é preciso destacar ainda que muitas vezes o preço atual do papel não é o único valor atual do investimento. Na verdade, é preciso que o investidor também considere as distribuições de dividendos e de JCP (juros sobre capital próprio) realizadas pela empresa investida.

Afinal, este é um retorno do investimento recebido pelo investidor e que é descontado da cotação do ativo. Então, no caso das ações e de outros investimentos que possuam distribuições de rendimentos periódicas, é preciso calcular o preço médio ajustado do ativo. Com ele, será possível chegar mais próximo do real valor do investimento realizado.

Exemplo de cálculo de preço médio ajustado por dividendo

Para compreender melhor como ajustar o investimento realizado em determinado ativo, com base em suas distribuições de rendimentos, tomaremos como base a aplicação nas ações da holding financeira Itaúsa.

Para exemplificar, consideramos que no período de investimento do indivíduo ele recebeu R$1,00. Então, será preciso primeiramente calcular o preço médio ajustado para, posteriormente, calcular o real valor do investimento.

O exemplo de como calcular o preço médio ajustado por dividendo ficaria:

  • Preço médio ajustado por dividendo = Custo médio unitário – proventos por ação;
  • Preço médio ajustado por dividendo = R$8,50 – R$1,00 = R$7,50.

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Como calcular a rentabilidade com o preço médio ajustado

Com o preço médio ajustado, o investidor pode prosseguir para o cálculo do valor real do seu investimento. Isto é, da sua rentabilidade no período, que ficará, nos mesmos exemplos de preço de mercado atual da ação do tópico anterior:

  • R$8,00 = (R$8,00 – R$7,50) / R$ 7,50 x 100 = 6,67% no período;
  • R$9,00 = (R$9,00 – R$7,50) / R$ 7,50 x 100 = 20,00% no período;
  • R$10,00 = (R$10,00 – R$7,50) / R$ 7,50 x 100 = 33,33% no período;
  • R$12,31 = (R$12,31 – R$7,50) / R$ 7,50 x 100 = 64,13% no período.

Nota-se como é relevante o uso do preço médio ajustado de rendimentos no cálculo do real valor do investimento e de sua rentabilidade financeira. No caso do primeiro exemplo, do preço de mercado da ação ITSA4 a R$8,00, mesmo o investidor tendo adquirido a ação por R$8,50 ele estaria no lucro.

Afinal de contas, apesar do prejuízo aparente de R$0,50 por ação, ele recebeu R$1,00 de proventos. Por isso, na hora de calcular a rentabilidade da carteira de investimentos, sugere-se que todo investidor considere o preço médio ajustado.

Além disso, para aqueles que desejam ir mais à fundo para calcular o retorno da carteira, a utilização da TIR (Taxa Interna de Retorno) é ainda mais recomendada. Afinal, ela considera ao longo do tempo todo o fluxo de caixa positivo e negativo do investidor em sua carteira de investimentos, já considerando novos aportes e recebimentos de proventos.

E então, conseguiu entender melhor como calcular o real valor dos investimentos? Deixe abaixo suas dúvidas e comentários sobre o assunto.

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Tiago Reis
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2 comentários

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  • Arthur 26 de janeiro de 2024
    Olá Tiago (ou time do Tiago), invisto na B3 desde 2017 e esta semana foi a primeira vez que ouvi falar em preço médio calculado em função dos proventos. Pois bem, a minha dúvida é, se os proventos influenciam no preço médio da ação, pergunto se os prêmios das operações em opções também podem entrar no cálculo do preço médio.Responder
  • Carmellyo 20 de outubro de 2024
    Vi como funciona o cálculo do PM ajustado para chegar na rentabilidade. Mas, quando se atinge uma fase onde os dividendos totais superam o valor pago na ação e o PM ajustado ficar negativo? A fórmula no Excel fica negativa. Como realizar esse cálculo da rentabilidade?Responder