Absolutismo: entenda esse sistema e como ele impactou a economia
A história do mundo já se deparou com diversos regimes sociais. Bem antes da formação do que conhecemos hoje como blocos econômicos, havia o absolutismo.
Marcado em especial pelo crescimento do comércio e implantação de práticas existentes até a atualidade, o absolutismo durou aproximadamente quatro séculos e ainda traz reflexos da sua existência.
O que foi o absolutismo?
Absolutismo é um regime de governo monarquista no qual o rei tem todo o poder sobre o povo, tanto no tocante à gestão social quanto à economia.
Em muitos casos, eles eram vistos como representantes do poder divino na terra, o que servia como forma de controle do povo, sem a necessidade de uso de força para esta aceitação.
O cargo era hereditário, muitas vezes apenas entre os integrantes do sexo masculino da monarquia, e as principais alianças políticas e econômicas da época eram feitas por meio de casamentos arranjados.
Para se manterem no poder, os reis contavam com conselheiros que os apontavam caminhos a seguir, mas a decisão final estava sempre nas mãos do regente.
Assim, havia uma estrutura administrativa por trás das suas ações, ainda que sem o poder de bater o martelo sobre algo.
Quando surgiu o absolutismo?
O absolutismo surgiu no século XVI, perdurando até o século XIX. Porém o seu ápice ocorreu na chamada Idade Moderna no continente europeu.
Apesar de na Idade Média já existir a figura do rei, seu poder era limitado até então.
Especialmente por causa da descentralização política característica do sistema feudal, no qual cada senhor de terras exercia domínio sobre o seu território. Ainda que pagasse tributos à coroa.
Eram estes senhores feudais que arrebanhavam integrantes para o exército, utilizando tanto a sua produção quanto influência como barganha com o monarca. Tratava-se de um sistema de troca de favores. A chamada vassalagem.
Quando o modo de produção feudal entra em crise, começam a surgir nações no continente. Este foi o caso da Inglaterra, Espanha e França.
Com isso, o poder começou a ser centralizado na figura do rei, em um processo lento e gradual.
Aliado a isso, o final da Idade Média foi marcado pelo crescimento urbano e comercial, com a população deixando a zona rural em busca de prosperidade nos negócios. Este foi o marco do fortalecimento da burguesia e o início do mercantilismo.
Quais eram as principais características do absolutismo?
É preciso diferenciar as monarquias de regimes absolutistas. Afinal, os reinados que mais perduraram foram justamente os que abriram mão do poder absoluto em prol da criação de um regime democrático. A exemplo do Reino Unido.
Logo, as suas principais características do regime absolutista são:
- Centralização do poder na mão do monarca,
- O rei tinha o direito de interferir em assunto religiosos,
- Ausência de um setor legislativo, uma vez que as leis eram estabelecidas pelo rei,
- Utilização do modelo mercantilista em sua economia.
Quais eram os teóricos do absolutismo?
Os principais teóricos absolutistas foram:
- Nicolau Maquiavel,
- Thomas Hobbes,
- Jean Bodin, e
- Jacques-Bénigne Bossuet.
O mais famoso deles, Maquiavel, é até hoje utilizado como exemplo de estratégias pouco apreciadas atualmente para a manutenção do poder do monarca absolutista, graças a interpretações do seu livro “O Príncipe”.
Porém, com a chegada do Iluminismo, este tipo de regime passou a ganhar críticos vorazes, cujas ideias culminaram na Revolução Francesa, em 1789, quando o Luís XVI foi deposto com a tomada da bastilha.
Posteriormente, esse movimento ganhou força, servindo como exemplo para a Revolução Russa, ocorrida em 1917 e incitada justamente pela burguesia.
Como era a economia no regime absolutista?
Uma das principais características da economia em um Estado absolutista é o intervencionismo.
Partindo do pressuposto que todo poder emana do rei, os aspectos econômicos também correspondiam à área de influência da monarquia. Seu objetivo principal era o enriquecimento do reino, com seu consequente fortalecimento.
Seus pilares foram:
- Acumulação de metais preciosos, utilizados para medir a riqueza do Estado,
- Protecionismo econômico para preservar a produção interna,
- Superávit, com as exportações superando as importações, e
- Concessão de monopólios como transação econômica e política.
Qual era a relação entre o absolutismo e o mercantilismo?
A burguesia, classe de comerciantes que ganhou destaque neste período histórico foi um dos principais interessados na instalação do regime absolutista.
Partiu deste grupo o interesse em unificação de moeda, algo essencial para o fortalecimento das suas relações comerciais, e da criação de tarifas alfandegárias. Os chamados impostos sobre mercadorias que viessem de outras nações.
Assim, o encarecimento do produto externo tornaria a produção interna mais competitiva e forte. Interesses puramente econômicos.
Esse interesse no fortalecimento do rei era compartilhado pela nobreza, cujo intuito era proteger suas terras e posses, bem como o status quo.
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