Investimentos Para os Filhos | Como começar?

Como sabem, o Fiikipedia é um ambiente colaborativo. E, na semana das crianças, eu recebo uma mãe muito especial. A Alexsandra irá compartilhar sua experiência em relação a investir pensando nos filhos. Além do artigo, vale conferir uma LIVE em meu canal no Youtube (15/10/2020 às 10h)

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Olá! Sou Alexsandra Carvalho. Catarinense, cristã, casada e mãe de duas meninas lindas: Yasmin e Amanda. Sou formada em Ciência da Computação e Mestre nesta área pela Universidade Federal de SC. Já fui professora, trabalhei 13 anos com desenvolvimento de software e, desde 2013, estou como servidora pública estadual, área criminal.  Possuo o perfil no Instagram @valor.de.dentro. O Valor de Dentro nasceu com o propósito de compartilhar o que tenho aprendido com educação financeira e levar informação às pessoas, desvendando alguns tabus que eu também possuía.  Além desta área, gosto muito de falar sobre filhos, família e desenvolvimento pessoal. E falando sobre filhos, uma questão que muitas vezes vem à nossa mente é como podemos, de maneira eficaz e sem comprometer o orçamento presente, realizar investimentos para o futuro deles.  É o que iremos tratar aqui.  

1. POR QUE COMEÇAR A INVESTIR PARA OS FILHOS

Muitos são os motivos para iniciar investimentos pensando nos filhos:  

  • Obter uma renda ou capital para auxiliar na educação quando eles estiverem maiores; 
  • Começar a apresentar a eles desde cedo a ideia de investimentos e educação financeira;
  • Ter um ponto de partida já pensando na aposentadoria deles (quem não gostaria de já ter algo para a aposentadoria desde cedo né colega?)
  • Repassar para eles o valor acumulado quando estiverem adultos e então, terem um ponto de partida.

A motivação para iniciar investimento para os filhos pode ter origem diversa e inclusive mudar no meio do caminho: por exemplo, talvez você comece investindo pensando em auxiliar na educação dos filhos e lá na frente, não precisou usar esse recurso e então optou em presentar o filho com esse valor investido quando ele constitui a sua própria família.  O mais importante é começar nesse caminho. Sei que lá na frente não iremos nos arrepender.

2. USANDO O TEMPO A NOSSO FAVOR

Não é novidade a ideia de que quanto mais cedo começarmos a investir, melhor.  Os juros compostos trabalham muito bem (e a nosso favor) conforme mais tempo for passando.  Nos juros compostos, o crescimento não é linear e sim exponencial e quanto mais tempo passar, mais o efeito aumenta: é a chamada “bola de neve”. Você pode pensar: “por que não comecei antes, meus filhos já não são tão pequenos”.  A verdade é que todo investidor pensa dessa forma “por que não comecei antes?”. Confesso que aleatoriamente esse pensamento vem à minha mente também.  E o que digo para mim mesma é: que bom que despertei para isso e o momento que tenho é hoje!  Vamos começar de onde estamos e com as ferramentas que temos?

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3. DEFININDO A ESTRATÉGIA

Antes de iniciar os investimentos para o seu filho, é importante identificar a estratégia que você pretende seguir. Existem 2 grandes grupos de investimentos chamados de renda fixa e renda variável. Na renda fixa, seu retorno será mais previsível como por exemplo, usando taxas prefixadas ou atreladas a algum índice como a inflação.

Já na renda variável, como o próprio nome diz, você não tem garantias do valor a ser recebido.  Mas entenda algo: na renda fixa, justamente por conta dessa aparente previsibilidade, você não costuma obter grandes ganhos. Na renda variável, você tem a possibilidade de aumentar seu retorno. E devo dizer que na renda variável, para ter sucesso, você deve fazer boas escolhas e deixar o tempo trabalhar (ou seja, não é investimento para curto prazo). Assim, ainda que haja queda no curto prazo, no longo prazo a tendência é se recuperar e ter ganhos expressivos (não esqueça, precisa fazer boas escolhas). 

A equação é simples: quanto maior o risco, maior a possibilidade de ganho. Dito isso, você pode definir um % de investimento em renda fixa e variável que você irá fazer para o seu filho.

4. GERANDO RENDA PASSIVA COM OS INVESTIMENTOS: OS DIVIDENDOS

Falando um pouco mais sobre o investimento em renda variável, quero destacar aqui o investimento em ações e fundos imobiliários.

Basicamente, as ações são frações de empresas vendidas na bolsa de valores.  Ao comprar ações nos tornamos acionistas daquela empresa.

Já os fundos imobiliários são uma espécie de condomínio onde pessoas se reúnem para realizar investimento em imóveis. Quando você opta em investir em fundos imobiliários, você irá fazer a compra de cotas daquele fundo. Não podemos esquecer de que estamos falando de renda variável, e em renda variável podemos ganhar ou perder os investimentos, e sim, isso me deixava desconfortável. Até que em um belo dia de sol eu cheguei na estratégia do que para mim é o maravilhoso mundo dos investimentos focados nos dividendos”. Dividendos: que bom que te conheci ?.

O que são os dividendos? No caso de ações, os dividendos nada mais são do que os lucros das empresas distribuídos aos seus acionistas.  Esses dividendos tem uma periodicidade para serem distribuídos que pode ser trimestral, semestral, entre outros.

No caso de fundos imobiliários, os dividendos, chamados de rendimentos, podem ter origem, por exemplo, nos aluguéis mensais dos imóveis que estarão alugados.  Sim, nos fundos imobiliários você recebe um valor, normalmente mensal, oriundo de ganhos com imóveis, ainda que você não seja dono de imóveis físicos.  Esses ganhos, são os rendimentos (que para simplificar aqui, também chamarei de dividendos).

A ideia do investimento em ações focado em dividendos é basicamente escolher boas empresas e que sejam boas distribuidoras de lucros.  Setores como energia, saneamento, bancos e seguros costumam conter empresas interessantes para esta estratégia de dividendos.   Nos fundos imobiliários a ideia também é buscar por opções com bons pagamentos de dividendos.   E detalhe, você pode diversificar investindo tanto em ações como em fundos imobiliários e obter o melhor dos 2 mundos. 

E agora vem o “pulo do gato”: esses dividendos, ao caírem na sua conta, se forem reinvestidos estarão potencializando seus ganhos, aumentando ainda mais o efeito da “bola de neve”. 

Lá na frente, esses rendimentos serão uma renda que cairá periodicamente na conta que você criou para o seu filho, podendo ser usado sem você precisar sacar o capital investido.  É a famosa “renda passiva”.

5. O QUE FAZER PARA INICIAR?

Para iniciar no mundo dos investimentos é necessário ter uma conta em corretora de valores.  No caso de investimento para os filhos, você pode criar uma conta diretamente no nome deles (ainda que sejam menores de idade) ou criar  uma conta no seu  nome (lembrando que podemos ter conta aberta em várias corretoras então você pode ter conta no seu nome em uma corretora para seus próprios investimentos e em outra corretora para investimentos para seu filho). Cada estratégia (abrir no nome do filho ou no seu nome), possui seus pontos, então você precisa identificar e escolher.

Caso escolha abrir a conta na corretora em nome do seu filho, precisa também criar uma conta bancária no nome dele já que a conta no banco e conta na corretora precisam ter a mesma titularidade. Tendo aberto a conta na corretora, você faz a transferência de valores da conta do banco para a corretora e então, começa a realizar seus investimentos. É importante fazer disso um hábito mensal, como pagar um boleto de água ou energia: pague também o boleto do investimento do seu filho. Não importa o valor: comece.

Não pense que seja difícil demais para você.  Uma longa caminhada parte de um primeiro passo.  Um prédio teve um primeiro tijolo. Comece com as ferramentas que possui e com o que você tem. Se interesse pelo assunto.  No meu perfil no Instagram coloco informações diariamente com o foco justamente em INICIANTES. Espero você lá.

Obrigada Professor Baroni e Suno pela oportunidade! Me sinto honrada em estar aqui.

Um abraço!

Alexsandra

@valor.de.dentro

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9 comentários

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  • Daniel Quadros 14 de outubro de 2020
    Gostei muito do artigo, mas fiquei com uma dúvida. Supondo que eu escolha criar uma conta já em nome de meus filhos e faça aportes mensais da minha conta para a conta deles. Em princípio, enquanto eles são meus dependentes, sigo informando os ativos na minha declaração. Mas como ficará lá na frente, quando eles passarem a fazer sua própria declaração de IR? Além disso, como fica a INCIDÊNCIA DO ITCMD (que em alguns Estados do Brasil, como no Paraná, não há isenção)? Agradeço pela ajuda.Responder
    • Alexsandra 14 de outubro de 2020
      Ola Daniel Então, vamos dividir as dúvidas: 1. Sobre a declaração do imposto: eqto os filhos estiverem na sua ficha como seus dependentes, as ações deles entram no itens de Bens e Direito com a titularidade deles. Quando eles possuírem sua própria declaração, essas ações estarão apenas na declaração deles e sairão da sua. 2. ITCMD vc pagaria no caso de morte ou doação dessas ações para seus filhos, na situação em que essas ações estivessem em seu nome. Se as ações já estiverem no nome deles, não haverá este imposto. Espero ter ajudado! Alexsandra @valor.de.dentroResponder
      • Suno Research 15 de outubro de 2020
        Olá, Alexsandra! Tudo bem? Muito obrigado pela interação e explicação! Atenciosamente, Equipe Suno.Responder
        • Alexsandra 16 de outubro de 2020
    • Alexsandra 15 de outubro de 2020
      Complementando minha resposta Daniel, o dinheiro para a conta deles na corretora só poderá vir de uma conta bancária em seu nome se for uma conta conjunta com seus filhos. De outro modo, precisará abrir uma conta bancária no nome deles . A transferência entre banco x corretora precisa ter mesma titularidade.Responder
      • Daniel Quadros 15 de outubro de 2020
        Alexsandra, muito obrigado pela resposta. Assisti à live de hoje também com a sua participação e do Prof Baroni e achei excelente! Muito legal mesmo! Parabéns! Ainda assim, queria saber o seguinte... eu transfiro sim da minha conta para a conta deles, e em seguida da conta deles para a conta da corretora deles (em razão da titularidade). Quanto a isso está tudo OK! Minha preocupação é como classificar esses aportes mensais que saem da minha conta para a conta deles, em relação ao ITCMD. Já não se caracteriza como uma DOAÇÃO (mesmo que de pouquinho em pouquinho, e a longo prazo)? Não há risco de cobrança de ITCMD em algum momento (lembrando que aqui no Paraná não temos isenção de ITCMD nessa hipótese)? Desde já, agradeço.Responder
        • Alexsandra 15 de outubro de 2020
          Ola Daniel! Realmente, sem isenção para doação no Paraná, vai incidir o ITCMD nesta transferência. Mas para não restar dúvida e não estarmos falando algo equivocado aqui, eu sugiro vc conversar com um contador que possa passar essa instrução mais precisa. Depende muito do estado né, SP por exemplo possui um teto em torno de 65 mil para isenção na doação. Aqui em SC a isenção é até 2 mil. Eqto isso não ficar bem definido, vc pode abrir uma conta para eles em seu nome em outra corretora e fazer os investimentos e depois, sendo o caso, vc faz a migração para eles...Responder
          • Daniel Quadros 16 de outubro de 2020
            Muito obrigado! Parabéns mais uma vez pelo artigo, pela live e pelo seu trabalho!
  • Roberto Barberá 10 de março de 2021
    Oi Alexsandra. Ótima iniciativa. No meu caso, como eu não sabia o dia de amanhã, preferi abrir uma conta em banco diferente, em meu nome. Nela eu fazia tudo como se fosse para meu filho (só tive um) e isto descomplicou muito minhas declarações, me proporcionou o sono dos justos e a necessária "tranquilidade fiscal". O ponto mais importante, a meu ver, é o de que o tempo passa, a vida apronta imprevistos, nossos filhos crescem e podem se envolver em situações que a gente não consegue prever. Há um sem número de casos de incerteza, que me levaram a optar por não colocar "ativos" precocemente no nome de meu filho, mesmo sabendo que ele sempre foi um sujeito ótimo. E deu certo. Estou aqui vivo e bem. Ele já se formou e está independente. Mora no Canadá e é seu colega de profissão. Vive, atualmente, com uma moça canadense super legal. Mas poderia ter sido tudo muito diferente. Todo pai deseja o melhor para seu(s) filho(s). Deseja dar educação, amor, apoio, estabilidade e segurança. Mas sem precipitações. Dos impostos, não escaparemos mesmo. Podemos, portanto, fazer tudo isto o que você sugere, sem ter que colocar nenhum ativo em nome deles, garantindo maior capacidade de administração dos riscos e vicissitudes que a vida teima em colocar diante de nós. Fica a reflexão. Parabéns pelo artigo importante e super agradável de ler. Abraços. Roberto.Responder