Resumo da Semana: Estrangeiros saem da bolsa, Plano de privatização e Agravamento da guerra comercial
O índice Ibovespa encerrou a última semana registrando 97.667 pontos, o que representou, na última sexta-feira (23), uma variação negativa de -2,34%. Na semana, a valorização do principal índice das ações negociadas na bolsa de valores brasileira teve uma queda de -2,14%. Em 2019, no entanto, o índice segue positivo, com alta relevante desde os primeiros meses do ano. Até o momento, o Ibovespa apresenta uma valorização de +11,13%.
Já o Ifix – o índice de referência dos Fundos de Investimentos Imobiliários – segue ainda se provando como uma excelente alternativa de entrada no mercado de renda variável para os investidores iniciantes, dada a sua baixa volatilidade histórica. Na última sexta-feira, por exemplo, o índice encerrou o dia aos 2.627 pontos, o que representou uma alta de +0,04% no dia. Na mesma semana e no acumulado de 2019, a variação do índice segue em -0,37% e +11,73%, respectivamente.
Estrangeiros se retiram da Bolsa em um volume jamais visto em 23 anos
A retirada de investimentos de estrangeiros na B3, a bolsa de valores de São Paulo, se aproxima de um recorde na sua série histórica, desde 1996. De janeiro até 15 de agosto, o resultado entre compras e vendas negociadas através das ações pelos estrangeiros na Bolsa foi negativo em R$19,16 bilhões.
- O volume de saques ultrapassou o mesmo período de 2008, de R$ 16,53 bilhões;
- As retiradas vêm aumentando desde maio, quando o ambiente externo começou a se deteriorar;
- A busca por ativos financeiros mais conservadores é consequência das contínuas tensões entre EUA e China na guerra comercial e desaceleração econômica da Alemanha e países asiáticos;
- Somente no dia 5 de agosto, os investidores estrangeiros retiraram R$ 2 bilhões da Bolsa.
Governo Federal anuncia plano de privatização de nove estatais
O governo federal divulgou nessa quarta-feira (21) um plano para a privatização de nove estatais. A lista inclui os Correios, cuja desestatização já foi confirmada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
- As privatizações das companhias estatais fazem parte do plano de governo de Jair Bolsonaro;
- O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que a carteira do PPI no momento é de R$ 1,3 tri. No entanto, com as privatizações, o valor deve passar para R$ 2 trilhões;
- A desestatização das companhias depende ainda da aprovação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A instituição analisará se as condições de mercado realmente permitem a venda das companhias;
- A previsão era de que 17 empresas fossem privatizadas, no entanto, a lista divulgada continham nove empresas: Telebras, Correios, Codesp, Dataprev, Serpro, Emgea, Ceitec, Ceagesp e ABGF;
- A Petrobras não foi incluída na lista das empresas que serão desestatizadas neste ano. Entretanto, fontes próximas ao governo afirmam que a estatal faz parte do plano de privatizações.
China vai impor tarifas sobre US$ 75 bi de produtos norte-americanos
Em nova retaliação, a China vai impor tarifas adicionais sobre os produtos norte-americanos. Em sua maioria, as taxas atingiram, prioritariamente, automóveis. Segundo o ministério da Economia da China, as taxas serão entre 5% e 25%.
- Implementação ocorrerá em duas etapas, 1º de setembro e no dia 15 de dezembro – as mesmas datas em que o presidente norte-americano, Donald Trump, estipulou para tarifar os produtos chineses;
- Além de carros, a retaliação chinesa atinge, também, soja e petróleo;
- No dia 15 de dezembro serão aplicadas as tarifas de 25% sobre automóveis e 5% sobre peças de automóveis;
- A partir do dia 1 de setembro, a soja e o petróleo serão sobretaxados em 5%;
- Após o anúncio, o presidente Donald Trump renovou sua pressão ao Federal Reserve (FED, Banco Central dos EUA). No Twitter, Trump afirmou: “Agora o Fed pode mostrar sua coisa”.
Trump responde China e retalia mais produtos
Horas depois dos chineses anunciarem a sobretaxação de produção americanos, Donald Trump anunciou em seu Twitter que aumentará cinco pontos percentuais em todas as tarifas sobre os produtos chineses.
- As tarifas de 25% já aplicadas sobre US$ 250 bilhões subirão para 30% a partir de 1º de outubro;
- As novas tarifas sobre mais US$ 300 bilhões de importações da China, que seriam de 10%, agora serão de 15%;
- As tarifas serão aplicadas em milhares de produtos de consumo, de peças de vestuário à calçados.