Cashless: A Tendência de Eliminar o Dinheiro Físico (Parte I)

Em meio às minhas leituras dos últimos dias, acabei me deparando com uma questão interessante que gostaria de compartilhar. Será que estamos perto de nos tornarmos uma sociedade sem dinheiro físico (cashless – termo que utilizarei ao longo do artigo)? Quais seriam as implicações disso?

Nos últimos tempos, pudemos observar uma crescente utilização de meios de pagamento sem contato (contactless) em nosso país. Naturalmente, isso estimulou a utilização de pagamentos por meios digitais, em vez do dinheiro em espécie.

Por exemplo, a chegada do Apple Pay ao país, em abril de 2018, marcou significativamente um aumento da utilização deste meio de pagamento, apesar de já ser oferecido por outras empresas.

Assim, passou a ser possível associar alguns cartões de crédito ao celular, permitindo que este fizesse a função do cartão nos pagamentos, sem a necessidade de se ter o plástico retangular em mãos.

Ao fim do ano passado, o Nubank introduziu, para um público bastante amplo, a possibilidade de utilizar o cartão contactless. Antes, este benefício era oferecido em exclusividade para clientes de alta renda de algumas instituições.

Contudo, a popularização deste tipo de cartão pelo Nubank está estimulando outras empresas a oferecerem a novidade para uma parcela maior de seus clientes. Nada como a concorrência.

Vale ressaltar um outro fator que contribuiu para o aumento dos pagamentos contactless: o surgimento de acessórios como relógios e pulseiras que permitem a realização desta função.

De fato, estamos caminhando para utilizar cada vez menos dinheiro físico no dia a dia, devido à ampla gama de facilidades que vêm surgindo.

Porém, é difícil dizer se estamos próximos de alcançarmos o status de sociedade cashless. Por outro lado, podemos olhar para outros países que já enxergam uma possibilidade iminente de não utilizar mais dinheiro físico.

MINICURSO CONTABILIDADE

Suécia: a primeira sociedade cashless?

A Suécia foi o primeiro país da Europa a introduzir cédulas impressas, em 1661. Não obstante, também está tendendo a ser o primeiro país a extinguir o “dinheiro vivo”. Isso porque, em 2016, apenas 1% do valor total dos pagamentos no país foram feitos nesta modalidade.

Neste cenário, aproximadamente metade dos comerciantes do país estimam que não aceitarão mais cédulas e moedas a partir de 2025.

Atualmente, as autoridades financeiras do país abraçaram a causa, de modo que o Banco Central passou a testar uma moeda digital. Deste modo, as autoridades podem manter o controle do suprimento de dinheiro.

De acordo com Stefan Ingves, responsável pelo Banco Central da Suécia (Riksbank), “quando se chega ao ponto em que chegamos, seria errado se sentar com os braços cruzados, ignorando a situação, para depois perceber que o dinheiro desapareceu. É preciso encontrar um jeito de lidar com a mudança”.

Atualmente, muitas pessoas na Suécia não usam mais caixas eletrônicos. Também, cerca de metade das 1.400 agências bancárias do país não aceitam mais depósitos em dinheiro.

Além disso, uma pequena parcela da população já possui microchips implantados sob a pele de suas mãos. Este tipo de tecnologia permite o pagamento de viagens de trem, comida e, até mesmo a abertura de portas.

A sociedade Sueca parece caminhar de maneira acelerada em direção a esta mudança. Caso isso se concretize, servirá como teste para outras nações que cogitarem se tornar cashless, além de ser um passo histórico na economia.

No Suno Call de amanhã, concluirei a discussão deste assunto. Vou abordar alguns pontos sobre os riscos, bem como as vantagens e desvantagens da eliminação do dinheiro físico em um país.

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Tiago Reis
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1 comentário

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  • antonio augusto 21 de novembro de 2019
    tem o vídeo da sua discussão sobre isso publicado na web? agradeço. dica: coloca um "disqus" aqui no blog (google it).Responder