Radar do mercado: Vale (VALE3) informa sobre talude da mina do Gongo Soco

A Vale S.A. informou ontem (16) que suas equipes identificaram movimentação no talude Norte da cava da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG).

A mina já estava paralisada desde 2016. Seu eventual deslocamento de material seria normalmente absorvido na cava.

Segundo a Vale, em se tratando de medidas preventivas, sua equipe avalia possiblidades de eventuais impactos de vibrações, oriundas desse deslocamento, sobre a barragem Sul Superior, que fica a 1,5 quilômetros da área do talude. Segundo a companhia, a cava e a barragem seguem sendo monitoradas 24 horas por dia.

 

Informou também que a barragem Sul Superior está em nível 3 desde o dia 22 de março e sua Zona de Autossalvamento (ZAS) já havia sido evacuada preventivamente em 8 de fevereiro. De acordo com a Vale “todas as medidas preventivas para este cenário já foram tomadas, incluindo a realização de simulados de emergência com moradores da Zona de Segurança Secundária (ZSS)”. Tais zonas foram equipadas pela Vale e pela Defesa Civil com sinalização das rotas de fuga.

Vale ressaltar que Zona de Autossalvamento é a região que está até 10 quilômetros ou 30 minutos do ponto de rompimento da barragem, definida no Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração.

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Ainda com respeito à mina do Gongo Soco, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) expediu recomendação à companhia para que adote medidas para deixar claro à população local sobre os riscos a que estão sujeitos em eventual ruptura da barragem.

Segundo o MPMG, foi informado pela Vale que a deformação verificada no talude é passível de provocar sua ruptura, levando ao rompimento da estrutura “e, por conseguinte, danos sociais e humanos imensuráveis para a região”.

Além disso, é estimado que caso a velocidade de aceleração de movimentação do talude permaneça consistente com o que vem sendo observado, a ruptura poderá ocorrer no período de 19 a 25 de maio.

Suas ações ordinárias (VALE3) fecharam o dia de ontem em queda de cerca de 3,2%, o que pesou na queda do Ibovespa, no qual a Vale tem peso de 9,942%.

No mais, acreditamos que por mais que seu preço aparente estar descontado, o cenário em torno da companhia e de seus riscos atuais são um tanto quanto nebulosos. Portanto, preferimos permanecer fora do case, aguardando recuperação da companhia, bem como melhorias na segurança de suas operações.

ACESSO RÁPIDO
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Tiago Reis
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2 comentários

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  • Gilberto 17 de maio de 2019
    Tiagão bom dia, logo me tornarei Premium, vc não acha que eles vão se dar bem agora com esta mineração a seco(extração) estão investindo para 2023... não? Abraços e parabéns pelos conteúdos ??Responder
  • Carlos André 17 de maio de 2019
    Lá atrás a fim de se evitar as tragédias de Mariana e Brumadinho, tudo isto já poderia estar perfeitamente monitorado e deveras equânimente precificado, caso a Vale tivesse adotado uma verdadeira cultura de prevenção de acidentes. A pergunta que fica é: como gestores ultra-estrategistas que aparentavam ser super homens do setor privado ignoraram por tempos estes parâmetros de segurança? Sob o ponto de vista administrativo-econômico, valeria ainda ressaltar que se por ventura a empresa continuasse sendo estatal isto teria ou não acontecido ? Concluo que com gestão estatal ou privada, sempre existirão agentes inconsequentes que priorizarão os lucros em detrimento dos inúmeros parâmetros de segurança ambientais a serem constantemente monitorados.Responder