Conheça a história da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro
Hoje, o mercado brasileiro de negociação de ações é dominado por uma única bolsa de valores, a B3, com sede em São Paulo. Mas não foi sempre assim. Durante muitos anos, até 2002, a Bolsa de São Paulo tinha uma grande concorrente: a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.
A história da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro teve início em 14 de julho de 1820, ainda na época do período imperial. A BVRJ sobreviveu a crises diversas, planos econômicos variados e reformas. Só que a partir da década de 1970, a bolsa carioca começou a perder relevância — até ter seus pregões encerrados no começo da década de 2000.
Surgimento da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro
A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) não foi a primeira a ser inaugurada no país. Esse título pertence à bolsa de Salvador. Certamente, no entanto, a BVRJ mais importante durante muitas décadas.
Os mais marcantes acontecimentos econômicos do Brasil nos séculos XIX e XX ocorreram por lá. As primeiras transações da BVRJ eram típicas do período monárquico. As negociações envolviam fretes de navio, escravos, seguros e câmbio, principalmente. Ainda em 1828, os primeiros papéis de empresas estatais foram negociados lá.
Grandes momentos da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro
A BVRJ funcionou por mais de 150 anos. A partir da década de 1850 produtos manufaturados tinham grande participação nos pregões. Já na reta final deste mesmo século XIX, as grandes estrelas eram os bancos. Alguns exemplos de instituições que tinham suas ações na bolsa:
- Banco do Comercio;
- Banco Commercial e Predial;
- Banco da Província de São Paulo;
- Banco da República.
Já no começo dos anos 1900, foi a vez das estradas de ferro dominarem as negociações. Companhias como a São Paulo Railway, Oeste de Minas e Sorocabana são alguns exemplos.
A partir de 1950, a prefeitura do Rio de Janeiro lançou títulos de crédito na BVRJ para financiar obras. Com isso, o mercado e Bolsa cresceram muito, principalmente após 1965. Nesse ano, foi criado um fundo em que era permitido deduzir imposto de renda, caso valores fosse investidos no mercado de ações. Tal medida estimulou o mercado e fez com que a Bolsa do Rio ganhasse ainda mais relevância.
IBV, o índice da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro
Hoje, todo o investidor fica de olho no Ibovespa. Durante muitas décadas, no entanto, o IBV, Índice da Bolsa de Valores foi o principal referencial.
O IBV era um número que expressava a variação diária média das negociações ocorridas na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Era calculado tendo como base uma carteira composta pelas ações de instituições de maior liquidez. As empresas que faziam parte dessa composição eram redefinidas a cada três meses.
Queda da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro
A partir de 1971, a BVRJ começa a perder espaço e importância para a Bolsa de São Paulo. Em 1989, perde o título de maior bolsa brasileira e para a versão paulista. Nessa época, um grande escândalo financeiro envolvendo um dos maiores investidores abalou a confiança e reduziu drasticamente o volume de negócios.
O último grande momento da história da bolsa carioca são os leilões de privatização de empresas estatais ocorridos a partir de 1995. Por lá foram negociadas as ações de empresas como Telesp, Usiminas e Vale do Rio Doce, por exemplo.
No começo dos anos 2000, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro tinha movimentação de cerca de R$ 10 milhões de reais por dia. A bolsa de São Paulo, por sua vez, tinha negócios que se aproximavam dos R$ 500 milhões.
A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro deixou de existir em 2002, quando foi absorvida pela BM&F — e, posteriormente, pela BM&FBovespa. Com isso, toda a negociação de ações do país ficou concentrada apenas na atual B3. Para saber mais como funciona o investimento em bolsa de valores no Brasil atualmente, confira o nosso Manual do Novo Investidor e entenda tudo sobre esse importante mercado.