Chinese Wall: o que é e como ele evita o conflito de interesses

Chinese Wall é o nome dado a uma série de medidas tomadas pelos regulamentadores para evitar o conflito de interesses dentro de uma empresa.

Sendo assim, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) utiliza de várias regulamentações para garantir a transparência nas empresas do mercado financeiro.

O que é o chinese wall?

O chinese wall é um conjunto de medidas que uma instituição financeira toma para separar a gestão dos seus próprios recursos em relação aos recursos e interesses de terceiros.

O chinese wall conceito faz alusão a histórica Muralha da China. Isso porque o chinese wall seria também uma espécie de “barreira” interna para garantir que duas áreas diferentes não tenham nenhum contato.

Ou seja, assim como no processo de compliance, o chinese wall funciona como uma norma de conduta. Ele que responsabiliza e segrega as funções dos gestores e profissionais de uma instituição financeira.

Dessa forma, essa política garante a independência entre setores que possuem informações privilegiadas com quem trabalha operando no mercado.

Logo, o chinese wall acaba, no final das contas, evitando o conflito de interesses entre clientes, investidores e a própria instituição.

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Qual a importância do Chinese Wall?

De fato: o conflito de interesses é uma questão extremamente sensível dentro do dia a dia do mercado financeiro.

Muitas vezes, por exemplo, um consultor de investimentos mal intencionado pode fazer recomendações a seus clientes apenas para beneficiar a si próprio. Assim, ele acaba por movimentar o capital dos mesmos e gerar lucros com a corretagem do ativo.

Porém, para tornar as relações no mercado mais transparentes e idôneas, existem várias normas de conduta para combater práticas desse tipo. Dentre elas, os mais importantes são chinese wall compliance e outros.

Como boa parte das instituições financeiras trabalham tanto atendendo empresas quanto investindo seu próprio dinheiro, o chinese wall significado acaba sendo essencial para separar áreas de uma mesma organização que possuem interesses distintos.

Como o chinese wall é regulamentado?

A exemplo dos mercados internacionais, esse tipo de medida passou a ser obrigatório para todas as instituições e agentes do mercado que atuam no Brasil.

Essa regulamentação é feita tanto pela da Resolução 2486/98, do Banco Central, quanto pela Instrução 306/99 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

De acordo com essas legislações, os objetivos dessas regulamentações são diversas. Por exemplo: segregar funções e responsabilidades para evitar conflitos de interesse.

Além disso, ela tem outras funções, como Identificar e monitorar das situações de potencial conflitos e ocultar informações sensíveis e confidenciais para evitar eventos de insider information.

Na realidade das empresas, as barreiras criadas pelo chinese wall mercado financeiro podem ser tanto virtuais quanto físicas.

Ou seja, a separação acontece por meio de senhas e logins para proteger documentos, sistemas de computador e demais plataformas digitais, ou fisicamente – com áreas de acesso restrito a funcionários e salas protegidas com cartões e senhas.

A segregação ocorre até mesmo na localização dos setores dentro da empresa, fazendo com que determinadas áreas fiquem distantes umas das outras, em andares ou prédios diferentes.

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Entendendo o chinese wall na prática

Para entender como o chinese wall funciona na prática, é possível usar a seguinte situação: um banco de investimentos, que atende tanto clientes corporativos quanto investidores, está coordenando a fusão de duas empresas listadas na bolsa.

Por causa da importância dessa operação, todas as informações relativas a fusão são estratégicas – e, portanto, precisam ser mantidas em segredo.

Assim, se essas medidas não existissem, essa informação se espalharia internamente e acabaria chegando até o setor de gestão de recursos do próprio banco.

Sabendo disso, os traders da mesa de operações poderiam utilizar essa informação privilegiada para comprar ou vender ativos antes de todos no mercado.

Ou seja, a própria instituição que cuida da fusão entre as empresas poderia, ao mesmo tempo, lucrar com essa informação operando no mercado.

Dessa forma, ela estaria privilegiando seus clientes e investidores e garantindo um lucro maior para si mesma.

Logo, ao obter vantagens por meio informações que ainda não vieram a público, o instituição estaria praticando o chamado insider trading. Isso prejudica todos os outros participantes do mercado.

Além de antiético, esse tipo de conduta é considerado um crime financeiro em muitos países, inclusive no Brasil.

Por isso, com a separação criada por medidas como essa, esse tipo de prática é coibida logo em sua origem.

Você ainda tem alguma dúvida sobre o chinese wall e sua importância na área de finanças? Comente abaixo para que possamos te responder.

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Tiago Reis
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4 comentários

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  • Juliana 2 de outubro de 2019
    Muito bom, obrigada!Responder
  • Wagner Da Silva 19 de agosto de 2020
    Ola Tiago primeiramente parabéns pela fundação da Suno, acompanho voçes no telegram a logo mais quero comprar o curso oferecido para aprender operar no mercado de ações. Tiago me interessei nesse assunto chinese wall pois vou ter que apresentar um trabalho na pós graduação com até 10 páginas e gostaria de dicas sua e/ou material para elucidar os demais alunos sobre o assunto. Obs. Estou fazendo pós- graduação em perícia contábil e financeira e o tema abordado pela professora foi: Independência dos peritos - discussão sobre seus aspectos e questões modernas como a aplicação do chinese wallResponder
  • Alexsandra 19 de agosto de 2020
    Oi Thiago, obrigada pela explicação, realmente me ajudou muito. obrigada por compartilhar este conhecimento.Responder
  • Alexandre 29 de setembro de 2023
    Parabéns pelo conteúdo, mas tem que ser MUITO ingênuo pra acreditar que funciona. Quer dizer, o banco tem informações que pode beneficiar o próprio banco...Responder