Global Depository Receipt (GDR): um título para investir no exterior
Devido aos altos custos e a burocracia para enviar capital para fora, nem sempre investir no exterior é uma operação viável para o investidor comum. Porém, existe uma maneira de investir em ativos estrangeiros sem precisar sair do país. É o GDR – ou Global Depository Receipt.
Por ser negociado dentro da própria bolsa, um GDR permite que investidores comprem ações de empresas estrangeiras normalmente, como se fosse uma ação de uma empresa comum.
O que é o GDR?
Os Global Depositary Receipts (GDRs), são títulos lastreados em ações de empresas estrangeiras. Ou seja, um GDR é um certificado, negociado internamente em um país, que representa um conjunto de ações de uma empresa do exterior. Seu objetivo é permitir que os investidores consigam investir em ativos de bolsas estrangeiras sem precisar enviar capital para fora.
Mesmo não sendo ações propriamente ditas, o GDR garante a seus investidores os mesmos direitos que um acionista normal teria. Ou seja direitos relacionados com a distribuição de dividendos, desdobramentos, subscrições e quaisquer outras garantias também se estendem ao GDR.
A emissão e o lançamento de um GDR no mercado fica a cargo de uma terceira parte, chamada de instituição depositária. Na maioria das vezes, quem realiza essa função são bancos e instituições financeiras. Entretanto, em alguns casos, o GDR acaba sendo patrocinado diretamente pela própria empresa em questão.
Quais são as vantagens de um título GDR?
O investimento em GDRs apresentam uma série de facilidades e benefícios aos investidores. Os principais são:
Acesso ao investimento em ativos externos
O GDR é a principal forma do investidor interno ter acesso a ações de empresas estrangeiras. Ou seja, mesmo de forma indireta, o GDR amplia as alternativas de investimento de um determinado mercado. Sua emissão traz ativos internacionais para serem negociados dentro do país em questão, beneficiando assim todos os seus investidores.
Praticidade e redução de custos
Sem esse título, a única forma de se investir no exterior seria transferir o capital para fora e comprar ou vender ações diretamente nas bolsas estrangeiras. Esse processo, além de burocrático e complicado, teria um custo muito alto. Isso aconteceria principalmente devido às conversões de câmbio para mandar e receber o dinheiro.
Diversificação e proteção de capital
Por serem papéis lastreados no mercado externo, com os GRDs o investidor consegue balancear o risco dos seus investimentos sem precisar se aventurar em outros mercados. Logo, esse tipo de investimento acaba servindo também como uma boa alternativa para diversificação de carteira.
Além disso, dependendo do país, um GDR normalmente também funciona como uma ferramenta de proteção (hedge) do capital do investidor. Por terem uma estabilidade maior, ativos estrangeiros tendem a ser mais seguros que os papéis do mercado nacional.
O que são os American Depositary Funds e quais os demais tipos de GDRs existentes?
Os GDRs funcionam de forma idêntica aos famosos American Depositary Funds – também chamados de ADRs. O que difere os dois títulos é apenas a área de atuação de cada um.
Um ADR é um título negociado exclusivamente no mercado americano, representando empresas que não são dos Estados Unidos. Enquanto isso, os GDRs são negociados em todo restante do mundo, permitindo que os mercados de cada país consigam investir em empresas estrangeiras.
Ou seja, no final das contas, um ADR, ou qualquer outra variação desse tipo de título, são apenas modalidades diferentes de um GDR. Como visto, a diferença será somente o mercado onde cada título é negociado.
BDR (Brazilian Depositary Fund): O GDR Brasileiro
O Brasil também tem seu GDR: são os Brazilian Depositary Funds, conhecidos pela sigla BDR. Negociados diariamente no pregão da B3, é por meio dos BDRs que o mercado brasileiro consegue investir em ações empresas estrangeiras sem precisar levar seu capital para fora do país. Existem hoje dezenas de BDRs em negociação no mercado brasileiro, permitindo o investimento em empresas como Apple, Google, Facebook, Amazon, MC Donalds, HP, Microsoft, entre outras.