Biografia de João Moreira Salles
João Moreira Salles é um documentarista, roteirista, diretor e produtor de cinema. Entrou para a indústria cinematográfica incentivado pelo irmão Walter Salles Júnior, diretor de cinema. Em 2006 criou a revista Piauí.
Filho de Walter Moreira Salles, João Moreira Salles compõe, ao lados de seus três irmãos, uma das famílias mais ricas do Brasil. Juntos, os acionistas do Itaú Unibanco têm patrimônio estimado em mais de US$ 20 bilhões.
Embora a polpuda fortuna individual de João Salles de US$ 4,1 bilhões, segundo a Forbes 2023, tenha origem no ramo bancário (Itaú Unibanco) e de mineração (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração), ele não está efetivamente ligado a administração desses negócios.
Chegou a se formar em economia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), mas encontrou-se no cinema.
O longa Santiago, lançado em 2007 e dirigido por João Moreira Salles, foi incluído no livro 100 Melhores Filmes Brasileiros de Todos os Tempos, organizado pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE).
Biografia de João Moreira Salles
Nascido no Rio de Janeiro, na década de 1960, a trajetória profissional de João Moreira Salles distancia-se do ambiente corporativo apreciado por dois de seus irmãos: Fernando Roberto Moreira Salles e Pedro Moreira Salles.
Ainda que tenha se formado em economia da PUC-RJ, enveredou para as artes, como seu irmão Walter Moreira Salles Júnior. Ainda assim, todos os irmãos investem em cultura – característica herdada do pai, Walter Moreira Salles e da mãe, Elisa Gonçalves.
O primeiro trabalho de João foi em 1985. À época, ele assinou o roteiro da série Japão, uma Viagem no Tempo, da extinta TV Manchete (1983-1999).
Dois anos depois fundou, ao lado do irmão Walter Moreira Salles, a produtora VideoFilmes. Inicialmente voltada para elaborar documentários para TV, a VideoFilmes foi responsável por longa-metragens nacionais, como Lavoura Arcaica (direção de Luiz Fernando Carvalho) e Madame Satã, de Karim Ainouz.
Entre os trabalhos premiados de João Moreira Salles estão o documentário Krajcberg, o Poeta dos Vestígios (1987) e Santiago (2007).
Durante a campanha eleitoral de 2002, João seguiu o então candidato e futuro presidente da república Luís Inácio Lula da Silva. O material coletado deu origem ao documentário Entreatos, de 2004.
No início da década de 2000, João foi manchete dos noticiários pelo envolvimento com Marcinho VP, traficante e principal figura do morro Dona Marta, do Rio de Janeiro.
O contato começou quando estava produzindo o documentário Notícias de Uma guerra Particular, dirigido e escrito em parceria com Kátia Lund. O registro do encontro foi descrito pelo site Diário do Centro Mundo no artigo Como o milionário João Moreira Salles fez amizade com um traficante, foi dar aulas na favela e se viu lançado num escândalo.
Como relatou a revista Época, no início de 2000, João enviou uma bolsa de R$ 1.200 mensais para Marcinho VP, então foragido. A ajuda, de acordo com João, era para Marcinho saísse do tráfico e produzisse um livro.
A ação lhe custou três acusações: formação de quadrilha, envolvimento com narcotráfico e favorecimento pessoal. De cara as duas primeiras foram arquivadas por falta de sustentação, segundo a Época.
Pela acusação de favorecimento pessoal, João entrou em um acordo. Pagou um valor revertido em benefício para a Associação Beneficente Brasileira de Reabilitação (ABBR), os custos do processo e, como pedido próprio, prestou serviços comunitários.
Em 2006, João Moreira Salles fundou a revista Piauí. Especializada em jornalismo literário, Piauí é uma publicação mensal, com foco em contar uma boa história, como reforça Salles.