Risco de mercado: o que é e como ele interfere em seus investimentos?

Para a pessoa que começa a investir, é preciso entender os efeitos do risco em seus investimentos. Nesse sentido, risco de mercado é o risco do seu investimento desvalorizar no curto prazo.

O risco de mercado também é um risco presente nos fundos imobiliários e, como será visto, nem a renda fixa pode ser considerada tão fixa assim.

O que é Risco de Mercado?

O risco de mercado trata-se das oscilações de preço que ocorrem por conta de eventos que atingem o mercado de forma integral. Dessa forma, todos os ativos daquele mercado são prejudicados. Também é chamado de risco sistêmico.

De fato, esse tipo de risco é o mais comum entre os investidores, uma vez que, quando um evento desse tipo ocorre, costuma afetar toda a classe daqueles que investem.

PLANILHA DE CONTROLE DE INVESTIMENTOS

Dessa forma, esse tipo de evento é o mais perceptível aos olhos do investidor, chamando a atenção, inclusive, de veículos da grande mídia e de pessoas de fora do mercado financeiro.

Ainda que ativos de uma mesma classe não possuam uma forte correlação, todos são impactados por eventos de grandes proporções.

No entanto, mesmo estratégias de diversificação podem não ser o suficiente para impedir quedas relevantes na cotação de carteiras de investimento.

Portanto, fica claro que diversificar carteira protege do risco não sistêmico, específicos de um ativo em questão, e não do risco sistêmico (de mercado).

Como funciona o Risco de Mercado?

Para entender como o fenômeno de risco sistêmico funciona, vale a pena citar alguns exemplos relevantes que abalaram o mercado nos últimos anos.

Por exemplo: em 2017, Joesley Batista (um dos donos da JBS), fez uma delação premiada para a operação lava-jato, e que incluía gravações do presidente Michel Temer.

Dessa forma, várias ações caíram significativamente: quedas de 15 ou 20% foram muito comuns. O mecanismo de circuit breaker foi acionado, interrompendo as negociações.

No entanto, os títulos públicos também sofreram bastante, como foi o caso do Tesouro IPCA+ 2045, caindo quase 13%. Sendo assim, esse é um risco dos títulos públicos que muitos iniciantes no tesouro direto ignoram.

MINICURSO TESOURO DIRETO

De fato, essas quedas acentuadas significam uma perda de valor nominal do ativo, ou seja: a cotação desses ativos fica menor.

Porém, quando se entende os motivos por trás desses movimentos e se tem um prazo longo de investimentos, é possível entender de grandes desvalorizações podem ser ótimas oportunidades para aportar capital.

Quais os principais Riscos de Mercado?

Eventos imprevisíveis podem aumentar o risco de mercado. No entanto, os casos mais típicos são:

  • Eleições presidenciais;
  • Oscilações no câmbio;
  • Mudanças na taxa de juros;
  • Reformas em legislações.

1. Eleições presidenciais

Nesse caso, pode ser tanto a eleição presidencial no próprio país quanto em países relevantes no cenário internacional, como os Estados Unidos e as principais nações da Europa.

Portanto, caso candidatos conhecidos por serem avessos ao mercado sejam eleitos, os ativos financeiros tendem a se desvalorizar, sendo esse um risco de mercado relevante.

EBOOK GRATUITO ECONOMIA INVESTIDORES

2. Oscilações no câmbio

Caso a moeda do país se desvalorize frente a uma moeda forte, como o dólar, a tendência é que os ativos se desvalorizem, mostrando que a variação cambial é fundamental na economia.

3. Mudanças na taxa de juros

O COPOM é um órgão governamental que define a taxa de juros. Valores muito altos desestimulam a economia, fazendo o preço de ativos diminuírem. Já taxas menores tendem a fazer a economia aquecer, podendo gerar uma valorização.

4. Reformas em legislações

Certos projetos de lei fundamentais para a economia nacional podem causar grandes oscilações nos preços de ativos financeiros, sendo um importante risco de mercado. Como exemplos, existem as reformas tributárias, previdenciárias e econômicas.

Como o Risco de Mercado pode afetar os investimentos?

Os riscos de mercado afetam os investimentos através de efeitos diversos:

  • Vendas em pânico (panic selling);
  • Ações deixando índices;
  • Rebaixamento do rating do país.

1. Venda em pânico (panic selling)

O exemplo do Joesley Batista foi um caso típico de panic selling, em que os investidores se desesperaram para se desfazer dos seus ativos, sendo uma consequência de um risco de mercado recente.

2. Ações deixando índices

Entretanto, Investidores com muitos recursos também podem se desfazer das ações em alguns cenários.

Por exemplo, gestores de fundos passivos precisam vender as ações que saíram dos índices de referência (benchmark).

3. Rebaixamento do rating do país

Outra situação que ocorreu foi quando o Brasil perdeu o grau de investimento (rating) pelas agências de classificação de risco, o que foi uma consequência negativa do risco de mercado.

Diversos investidores institucionais estrangeiros ficaram proibidos de investir no Brasil e tiveram que se desfazer das suas ações, derrubando as cotações e prejudicando investidores locais.

Como minimizar os riscos de mercado?

No entanto, é possível minimizar – e até mesmo se beneficiar – de efeitos negativos no mercado através de uma série de atitudes. A principal dela é o pensamento de longo prazo nos investimentos.

Por exemplo: a Berkshire Hathaway, a holding do maior investidor do mundo, Warren Buffet, só de 1997 até hoje, multiplicou nove vezes o capital de seus investidores.

Porém, isso não ocorreu de forma linear e nem uniforme. Ações não sobem em linha reta e as vezes caem antes de subir.

Embora a ação da Berkshire tenha valorizado durante mais de 20 anos, não deixou de sofrer quedas relevantes.

No entanto, as empresas da holding permaneceram rentáveis e aumentando os seus lucros durante esse período. Dessa forma, no longo prazo a cotação reconheceu a geração de valor desses negócios, sendo capaz de mitigar riscos de mercado.

Outra possibilidade é a de enxergar esse tipo de evento como uma oportunidade: é em momentos de crise que as ações ficam descontadas, sendo possível fazer grandes aportes.

Dessa forma, o risco de mercado proporciona justamente esses descontos nos preços das ações. Em situações assim a cotação tende a recuperar rapidamente.

EBOOK INVISTA COMO BUFFETT

Como se beneficiar do Risco de Mercado?

O investidor deve acompanhar de perto os seus negócios, pois mudanças assim podem levar a uma perda permanente de capital, que é o maior risco do mercado de ações. No entanto, é possível minimizar riscos de mercado.

Portanto, é evidente que desvalorizações dessa natureza não são algo bom para o investidor, que pode ver seus investimentos perderem um valor significativo.

Entretanto, as cotações podem cair e as empresas continuarem com fundamentos sólidos. Nesse cenário, há uma queda generalizada dos preços. 

Assim, as quedas de preços por motivos alheios às companhias proporcionam promoções nos papéis de boas empresas.

Portanto, os investidores que possuem o preparo para fazer a análise fundamentalista das ações tenderão a ter bons resultados.

O que se chama de risco de mercado não é de fato um risco quando o investidor é acionista de excelentes empresas e faz investimentos de longo prazo.

Ainda possui dúvidas a respeito de risco de mercado? Comente abaixo!

PLANILHA DA VIDA FINANCEIRA

ACESSO RÁPIDO
Tags
Tiago Reis
Compartilhe sua opinião
5 comentários

O seu email não será publicado. Nome e email são obrigatórios *

  • Junior 9 de outubro de 2019
    Joesley Batista está escrito errado pelo menos duas vezes propositalmente?Responder
    • Suno Research 14 de outubro de 2019
      Corrigido!Responder
  • Lucas 9 de outubro de 2019
    Excelente conteúdo!! Obrigado!!Responder
  • Rodolfo Carlos 12 de novembro de 2020
    Ótimo conteúdo, porém como crítica construtiva, o áudio deixa a desejar em pontuação e pronúncias de nomes e termos utilizados no mercado financeiro.Responder
    • Suno Research 13 de novembro de 2020
      Olá, Rodolfo! Tudo bem? Muito obrigado! Infelizmente não temos tanto controle sobre os áudios, mas faremos o possível para melhorar! Atenciosamente, Equipe Suno.Responder