Risco de Liquidez: saiba como ele pode prejudicar o investidor
O risco de liquidez pode ser uma preocupação grave, especialmente para um determinado tipo de investidor.
Ele pode ser um problema caso o investidor deseje ganhar dinheiro através da venda de ações, ao invés de formar uma carteira de investimentos para o longo prazo.
O que é o risco de liquidez?
O risco de liquidez mede a dificuldade que um investidor tem ao tentar se desfazer do seu investimento nas condições de mercado. Por exemplo: se alguém quiser vender muitas ações por um determinado preço, pode acabar não conseguindo, pois existem poucos compradores dispostos a pagar aquele valor.
Por exemplo: caso um investidor queira vender 300 ações da Ambev (ABEV3) por um preço acima do qual ela costuma ser negociada, pode demorar até conseguir, ou talvez precise reduzir o preço pedido para concretizar a venda.
Portanto, são chamadas de ações de baixa liquidez aquelas ações que possuem poucos negócios diários na bolsa de valores.
Ou seja, ações desse tipo são mais difíceis de negociar, ocorrendo uma maior variação no preço de compra e venda por conta disso.
Entretanto, as ações de alta liquidez, como as do índice Ibovespa, possuem um grande volume de negociação. Ou seja: são mais fáceis de negociar.
Como funciona o Risco de Liquidez?
Como é possível imaginar, nem todos os investimentos possuem a mesma liquidez, fazendo com que sejam mais fáceis ou difíceis de negociar.
A liquidez de investimentos, a depender de cada caso, pode imediata, como a caderneta de poupança, em que é possível resgatar o dinheiro a qualquer horário do dia.
Por outro lado, caso o investidor peça o resgate de seu dinheiro em alguns fundos de investimento, pode ser que demore até conseguir resgatar o seu dinheiro.
E, mesmo dentro de um mesmo mercado, como o de renda variável, a liquidez varia bastante.
A liquidez em ações, por exemplo, tende a ser maior do que a liquidez em fundos imobiliários.
No entanto, para o pequeno investidor, é preciso ficar claro que não haverá problemas de negociação para a maioria dos FIIs, que possuem um mínimo de liquidez para negociação.
Como o risco de liquidez podem afetar os investimentos?
O autor Gerard Haentzschel diz que o investidor de longo prazo deve se preocupar com segurança e rentabilidade antes de pensar na liquidez.
A segurança está relacionada à escolha de empresas sólidas, com histórico comprovado de resultados, alta lucratividade, baixo endividamento, gestão competente e modelo de negócio perene.
Já a rentabilidade está associada ao valor intrínseco da ação e ao potencial de retorno que a empresa pode gerar aos acionistas.
Quando se compra uma ação através do Value Investing, o objetivo é permanecer com o investimento por anos, recebendo dividendos e vendo o seu patrimônio valorizar.
Sendo assim, fica claro quando Warren Buffet diz que o período ideal para ficar com uma ação é para sempre. O ideal é nunca investir no mercado de ações para o curto prazo.
De fato, é preferível ter ações com baixo risco de liquidez ao invés de ações muito pouco negociadas. Para o investidor iniciante, pode ser melhor começar com investimentos com mais liquidez.
No entanto, a falta de liquidez não deve ser um impedimento na hora de investir. Vale a pena lembrar da ordem segurança, rentabilidade e liquidez.
Como funciona um investimento com maior risco de liquidez?
Para que possa ser entendido o fenômeno do risco de liquidez com maior facilidade, é preciso pensar em exemplos de investimento com baixa liquidez.
Por exemplo: a empresa ACME possui um volume de negociação diária de R$ 44.000 (o que é considerado baixo, considerando o ambiente da bolsa de valores).
Portanto, uma ordem de venda de R$ 22.000 representaria metade da liquidez diária desse ativo.
Nesse caso o investidor pode demorar mais para ter sua ordem executada. Outra possibilidade é a do comprador diminuir o preço de compra em resposta à oferta elevada de ações.
A falta de liquidez pode prejudicar o investidor que queira resgatar o dinheiro para uma emergência, ou para alocar em outras oportunidades, ou porque a empresa deteriorou.
Dessa forma, fica claro o motivo da recomendação para que o investidor nunca busque investir na bolsa de valores pensando em retornos imediatos.
Como minimizar o Risco de Liquidez?
Apesar de muitos evitarem esse tipo de ações, ativos com baixa liquidez podem ser verdadeiras joias escondidos, já que, geralmente, papéis com baixa negociação tem pouca cobertura da mídia.
Portanto, essas ações ficam longe do radar de investidores institucionais, como fundos de investimento e de pensão.
Já o investidor pessoa física pode ajustar suas posições com muito mais facilidade do que investidores institucionais, que buscam ações com alta liquidez.
Sendo assim, será possível para o pequeno investidor aproveitar rapidamente as oportunidades que surgem nas ações ignoradas pelo restante do mercado.
Portanto, o risco de liquidez é um dos menores para o investidor pessoa física, não sendo um risco e sim uma oportunidade.
Afinal, o investidor de valor não compra uma ação esperando vende-la tão cedo. Ainda por cima, as ações com baixa liquidez podem estar sendo negociadas abaixo do que valem.
Ainda restou alguma dúvida a respeito do risco de liquidez? Comente para que possamos te ajudar!