Qual vai ser a maior empresa do Brasil?
Existe uma grande disputa entre as maiores empresas do Brasil ocorrendo neste momento.
Não é novidade para ninguém que o objetivo de uma empresa é criar o máximo possível de valor aos seus acionistas. É assim que o capitalismo funciona.
E no Brasil, uma disputa saudável foi criada nos últimos 24 meses, e se intensificou no último mês, após forte valorização do mercado: qual vai ser a maior empresa do Brasil.
Existem vários parâmetros para julgar qual é a maior empresa do Brasil.
Alguns podem julgar que é a empresa de maior faturamento. Outros podem levantar, com razão, que a maior empresa é aquela que produz maior lucro. Ainda existe aqueles que considerem a maior empresa aquela que emprega o maior número de pessoas.
Eu acredito que a maior empresa é aquela que é a mais valiosa. Ou seja, aquela que possui o maior valor de mercado.
E qual a maior empresa do Brasil em valor de mercado?
No período de 2000 até 2012, a maior empresa do Brasil era a Petrobras.
Desde 2012, após vir a tona uma série de escândalos de corrupção e uma queda intensa das cotações do petróleo, a Petrobras foi superada pela Ambev, que desde então lidera o ranking como a maior empresa do Brasil em valor de mercado.
E merecidamente.
A Ambev é um exemplo de gestão eficiente, ao contrário da Petrobras e seus escândalos.
Durante os últimos 20 anos, desde a fusão da Brahma com a Antarctica, a gestão da Ambev tem criado valor aos seus acionistas com diversas iniciativas que aumentaram os volumes comercializados, ampliaram a margem da empresa, reduziram as necessidades de investimento em imobilizado e capital de giro e reduziram o custo de capital.
Tudo isso somado fizeram com que a Ambev se tornasse a empresa mais valiosa do Brasil.
Porém, nos últimos dois anos uma nova empresa tem se aproximado da liderança da Ambev em termos de valor de mercado: o Banco Itaú Unibanco.
Assim como a Ambev, o Itaú cresce faz 50 anos de maneira ininterrupta através de uma estratégia de aquisições aliada as melhores práticas de gestão.
No janeiro de 2016, a Ambev valia em bolsa R$264 bilhões. O Itaú valia R$133 bilhões. A Ambev era praticamente duas vezes maior que o Itaú.
Porém, nos últimos dois anos, após forte valorização do mercado acionário brasileiro, o Itaú tirou boa parte desta diferença.
Atualmente, a Ambev vale em bolsa R$343 bilhões e o Itaú vale R$316 bilhões. Uma diferença e cerca de 10% que afasta o Itaú da primeira colocação do ranking das empresas mais valiosas do Brasil.
Será que o Itaú tem condições de ultrapassar a Ambev?
Sim.
Atualmente o Itaú lucra mais que a cervejaria. Enquanto o banco lucrou cerca de R$24 bilhões nos últimos 12 meses, a cervejaria lucrou R$12 bilhões.
Além disso, o lucro do Itaú continua crescendo: enquanto o banco cresceu seu lucro a uma taxa de 11% ao ano desde 2012, a Ambev apresentou crescimento de lucro de menos de 4% no mesmo período, um valor inferior à inflação.
A cervejaria já não consegue expandir margens e crescer volumes: é uma vítima de seu próprio sucesso. As arvores não crescem até o céu.
E qual a minha expectativa sobre quem vai ser a maior empresa do Brasil?
Eu tenho muita convicção de que o Itaú deve ultrapassar a Ambev no futuro próximo. É uma empresa mais lucrativa, cresce mais e que esta sendo negociada a múltiplos mais convidativos.
A atividade bancária no Brasil, sobretudo os grandes bancos privados, se mostrou de baixo risco durante a crise dos últimos anos. Um atestado de que o risco de investir em bancos no Brasil é baixo. Ativos de menor risco deveriam ser precificados com maior valor.
Se eu tivesse que escolher entre investir na Ambev ou no Itaú, com certeza eu escolheria o banco.