O que fazer? Por onde começar a investir na Bolsa
Somos pouco mais de 600 mil investidores em ações no Brasil.
Quando comparamos com a população brasileira superior a 200 milhões, observamos que apenas 0,3% dos brasileiros investem em renda variável.
Por que isso ocorre?
Primeiramente o brasileiro médio não tem o hábito de poupar.
O Banco Mundial fez um levantamento no inicio de 2017 e chegou a conclusão que apenas 4% dos brasileiros conseguem poupar. É muito pouco, é um dos piores índices do planeta.
Mas mesmo os poucos brasileiros que conseguem poupar, a grande maioria não investem em ações.
E existem vários motivos.
Mas das minhas interações com poupadores do Brasil, um dos principais fatores que os impedem de investir em ações é o medo.
Medo da volatilidade. Medo da perda.
E de fato o mercado de capitais é volátil. E pode levar a perdas.
A renda fixa, que se manteve em patamar elevado de juros durante décadas, fez muitos investidores se mal acostumarem: alto retorno, com liquidez e baixo risco.
Isso só existiu no Brasil durante as últimas duas décadas. Não é assim nas principais economias do mundo. Em países como Estados Unidos e Alemanha, os juros da renda fixa são próximos de zero.
Eu não estou dizendo que a renda fixa é inútil. Ela tem a sua função de garantir segurança e liquidez. O que é útil para reservas de emergência e também é na renda fixa que as empresas mantem suas aplicações financeiras.
Mas no resto do planeta a renda fixa não produz retorno. E estamos caminhando para ver processo semelhante no Brasil.
Quem quer retorno vai precisar sair da renda fixa e ir para a renda variável. É assim no mundo inteiro, e vai ser assim também no Brasil.
Mas mesmo sabendo disso, investidores ainda não se sentem seguros para investir em algo que ainda não possuem familiaridade.
Então, o que fazer?
A minha sugestão, para aqueles que querem entrar na renda variável, mas sem se arriscar muito é iniciar por ativos de baixa volatilidade. Também sugiro que inicie com pouco capital para não se assustar com as quedas que invariavelmente virão.
E quais são ativos de renda variável de baixa volatilidade?
Um ativo que julgo excelente para quem esta começando na renda variável são os Fundos Imobiliários, também chamados de FII´s.
Os FII´s possuem algumas características que dialogam bem com o investidor iniciante.
Primeiramente, os fundos imobiliários tem um lastro em imóveis. E todo brasileiro conhece um pouco de imóveis. Muitos investem neles, e todos habitam um. Faz parte do dia a dia do brasileiro.
Além disso, os fundos imobiliários pagam dividendos mensais, o que ajuda no processo educativo do investidor que esta começando. Os dividendos representam uma parte importante do retorno do investimento em renda variável.
Outro fator importante é a baixa volatilidade do FII´s quando comparamos com ações. Os FII´s tem cerca de um terço da volatilidade do mercado acionário, então o investidor não irá perder muito nos dias de stress de mercado.
Isso é fundamental para quem esta começando: se ambientar a volatilidade com doses homeopáticas.
Uma alternativa para quem deseja iniciar no mercado acionário é investir em ações com perfil de dividendos, que geralmente são menos voláteis e garantem uma renda recorrente. Estamos realizando hoje a pré-lançamento de nosso primeiro curso online de dividendos, em condições especiais por conta da Cyber Monday.
Ações são mais voláteis do que FII´s. Mas ações defensivas e com perfil de dividendos são, na média, ações menos voláteis que as demais ações. Estas são, portanto, uma excelente alternativa para quem esta começando a investir em ações.
O conselho é este: antes de nadar em alto mar, é importante aprender a nadar no raso. E FII´s e ações defensivas são o equivalente a nadar no raso.